Ministro das Finanças diz que "ainda não é o momento" para um aumento extraordinário das pensões

por RTP
António Cotrim - Lusa

O ministro das Finanças disse esta sexta-feira, no Parlamento, que “ainda não é o momento” de fazer um aumento extraordinário das pensões, mas acrescentou que “poderá chegar mais à frente”, garantindo que o Governo tentará atribuir novamente um bónus extra aos pensionistas no próximo ano.

"Por questão de precaução, por uma questão de cautela, por uma questão de não rigidez da despesa pública, não criar mais despesa permanente e estrutural que fica muitos anos, entendemos que ainda não é o momento de fazer esse aumento extraordinário [das pensões]", disse o ministro das Finanças, Miranda Sarmento.

Miranda Sarmento, que foi ouvido esta sexta-feira no Parlamento na audição que marca o encerramento do debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2025, respondia assim ao deputado do PS, António Mendonça Mendes.

Nas propostas de alteração ao Orçamento, o Partido Socialista apresentou um "aumento estrutural" das pensões, ou seja, de caráter permanente, estimando que tenha um impacto de 265 milhões de euros nas contas públicas.

Miranda Sarmento rejeitou esse aumento “por precaução”, mas sublinhou que o Governo vai tentar atribuir novamente o bónus extra aos pensionistas no próximo ano “se a situação orçamental permitir”.


A resposta motivou críticas por parte do PS, que acusou o Governo de fazer com que os pensionistas fiquem dependentes “da festa do Pontal”.

“Se está preocupado com a perda do poder de compra dos pensionistas, porque está contra o aumento permanente das pensões?”, questionou Mendonça Mendes.

Em resposta, o ministro das Finanças disse ter “dificuldades em perceber” porque o PS não votou a favor do OE, uma vez que, diz Miranda Sarmento, “o PS está mais confiante na execução orçamental de 2025 que o governo”.

Durante a manhã, no Parlamento, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social já tinha deixado a quase promessa de um aumento extra das pensões no próximo ano, ressalvando que “essas medidas apenas devem ser tomadas quando for seguro para o país”.

Maria do Rosário Palma Ramalho afastou os valores propostos pelo Chega e pelo Bloco de Esquerda, assim como um aumento estrutural avançado pelo Partido Socialista, aproveitando a margem orçamental.

A proposta orçamental do Governo de Montenegro foi aprovada na generalidade no final de outubro com os votos a favor do PSD e CDS-PP e a abstenção do PS. O documento segue agora para a votação na especialidade, marcada para 29 de novembro.
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