Marcelo acende sinal amarelo. "Se não houver Orçamento, há crise política e económica"

por Carlos Santos Neves - RTP
“Vale a pena que o Orçamento passe. Eu continuo fisgado, como diz o povo, nessa” Miguel A. Lopes - Lusa

O presidente da República deixou esta segunda-feira um aviso às forças políticas relativamente à proposta de Orçamento do Estado para 2025, sublinhando que um chumbo no Parlamento ditará uma “crise política e económica”. Pouco antes destas declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Nuno Santos voltou à carga com a ideia de que não será “por causa do PS que não haverá Orçamento”.

Ouvido pelos jornalistas, após vacinar-se num centro de saúde em Lisboa, Marcelo quis deixar vincado que “já todos perceberam” que o seu objetivo é que seja aprovado o Orçamento do Estado para o próximo ano.

“Hoje é um dia bom porque já está marcada a reunião entre o primeiro-ministro e o líder da oposição. Espero que seja um de vários passos no que considero ser o melhor caminho para Portugal, não é para o partido A, para o partido B, não é para o líder A ou líder B, é bom para Portugal porque dispensa crises”, sustentou o chefe de Estado, referindo-se ao encontro agendado para a próxima sexta-feira.Questionado sobre se o chumbo do Orçamento significa eleições legislativas antecipadas, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou: “Se não houver orçamento há crise política e económica”.

O presidente voltaria a ser questionado sobre o cenário de eleições. “Não concluímos nada, a única conclusão é que vale a pena que o Orçamento passe. Eu continuo fisgado, como diz o povo, nessa”, sintetizou.
“Só não haverá Orçamento se o Governo não quiser”
Por sua vez, o secretário-geral do PS, que se deslocou durante a manhã a áreas atingidas pelos incêndios em Oliveira de Azeméis, procurou atribuir a responsabilidade pela eventual rejeição da proposta de Orçamento do Estado ao Governo de Luís Montenegro.
Jornal da Tarde | 23 de setembro de 2024

“Eu quero deixar claro que não é por causa do PS que não haverá Orçamento do Estado. Só não haverá Orçamento do Estado se o Governo não quiser e só haverá eleições antecipadas se o Governo ou o senhor presidente da República quiserem", frisou Pedro Nuno Santos.O PS, enfatizou Pedro Nuno Santos, está disponível para viabilizar um Orçamento do PSD. Mediante cedências.

O líder dos socialistas voltou também a comentar o envio de um comunicado, por parte de Luís Montenegro, sobre as negociações com o PS, argumentando que tal revela “uma falta de vontade de negociar e de criar um bom ambiente negocial”.

No domingo, o primeiro-ministro afirmava ter tentado agendar uma reunião com Pedro Nuno Santos, relativa ao Orçamento do Estado, desde o dia 4 de setembro. O que, segundo Montenegro, não teria acontecido por causa da “indisponibilidade recorrente” do secretário-geral socialista.

A reunião ficou entretanto marcada para a próxima sexta-feira, a partir das 15h00.

“Eu não quero alimentar esta polémica nem contribuir para a provocação infantil que o Governo acabou por fazer ontem”, rematou Pedro Nuno Santos.

c/ Lusa
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