Diogo Ribeiro não gostou da sua primeira experiência em Jogos Olímpicos, queixando-se da Aldeia Olímpica, da piscina da La Défense Arena e até dos horários das provas, após ter concluído a sua prestação em Paris2024.
O nadador português, campeão mundial em título, falhou o apuramento para as meias-finais dos 100 metros mariposa dos Jogos Olímpicos Paris2024, ao conseguir apenas o 20.º melhor tempo das eliminatórias.
“Pensava que ia conseguir passagem, por isso não dei o máximo. Eu, para mim, dei o máximo, mas foi um máximo pensado para aquilo que foi a eliminatória. Enfim, é muito diferente uns Jogos Olímpicos, dos Mundiais e Europeus, todas as competições são uma competição diferente”, avaliou.
Aos 19 anos, Ribeiro viveu o sonho de qualquer atleta, mas aquilo que encontrou na capital francesa parece tê-lo surpreendido. “Agora, no próximo ciclo (olímpico), já sei para o que é que venho, quem sabe talvez ficar num hotel. Tem corrido bem sempre que fico em hotéis, sempre que tenho alimentação (em que) basta descer as escadas ou o elevador”, notou
O jovem, uma das figuras atuais do desporto português, assumiu não ter ficado fã da Aldeia Olímpica.
“As condições que o Comité deu foram as melhores que conseguiram arranjar para nós, tenho a certeza. Mas é impossível... não é impossível, mas não nos podemos comparar a uns Estados Unidos, que têm tudo o que quiserem, têm um prédio só para eles, não precisam de sair lá de dentro, têm lá os chefes de cozinha, têm lá tudo. Mas tenho a certeza que, com o tempo, vamos melhorar, mas agora já sei para o que é que temos de estar preparados”, pontuou.
No entanto, houve mais pormenores que desagradaram o também campeão mundial dos 50 mariposa – distância não olímpica -, nomeadamente a piscina de La Défense Arena.
“Como todos sabemos, isto é um mundo pequeno aqui dentro, falamos todos entre nós. Ainda ontem (quinta-feira), o (Hugo) González, que também é campeão mundial nos 200 costas, estava a dizer que a piscina não tem as condições necessárias. Para mim, não se trata tanto da altura, mas para eles trata. Para mim, é mais, não sei, a própria água, o espaço para ondular. Quanto mais espaço, melhor. E das ondas, quando vens, viras e apanhas com as ondas”, disse, revisitando a polémica sobre a menor altura da piscina destes Jogos.
Apesar de ter adorado o público, pois para si quanto mais gente mais garra sente “em vez de pressão”, Ribeiro também ficou descontente com a ordem das provas.
“Estas provas parece que foram uma armadilha. Normalmente, eu tenho sempre mariposa primeiro, então trabalho sempre a mariposa e parece que quando trabalho para a mariposa, o crawl [livres] e a mariposa saem bem, porque a mariposa mete-me muito em cima da água, a anca. E, agora, treinei crawl e ontem [quinta-feira] comecei a treinar a mariposa”, revelou.
Ribeiro fechou hoje a sua estreia olímpica com o 20.º tempo das eliminatórias dos 100 mariposa em Paris2024, onde foi 16.º nos 50 metros livres (meias-finais) e 28.º nos 100.