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Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Zelensky pede mais sanções para empresas que apoiam "terror russo"

por Inês Moreira Santos - RTP
Ludovic Marin - AFP

O presidente ucraniano exigiu que a comunidade internacional impusesse sanções mais fortes às empresas chinesas e ocidentais que contribuem para o "terror russo". Volodymyr Zelensky pediu aos aliados que deixem de "ficar a olhar" e tomem medidas, antes que os soldados norte-coreanos, enviados para ajudar a Rússia, cheguem à frente de batalha.

"A Rússia está a aumentar gradualmente a sua atividade. E para isso ainda é capaz de, infelizmente, usar componentes ocidentais", afirmou o presidente ucraniano na mensagem diária, divulgada nas redes sociais.

"Microchips, microcontroladores, processadores e muitas peças diferentes sem as quais este terrorismo seria simplesmente impossível (...) chegam à Rússia vindos do estrangeiro e, infelizmente, também de empresas na China, na Europa e nos Estados Unidos, o que significa uma grande quantidade de microcontribuições para o constante terror russo", lamentou Zelensky.

Na sua tradicional mensagem diária, divulgada no sábado à noite, o presidente ucraniano disse que, só no mês de outubro, a Rússia "utilizou contra a Ucrânia mais de dois mil drones Shahed por dia".


Zelensky sublinhou que estes aparelhos aéreos não tripulados, desenhados pelo Irão, possuem "componentes de outros países" e defendeu que o fornecimento destes componentes à Rússia "deveria ter sido bloqueado".

"Tudo isto é fornecido à Rússia do estrangeiro. E isto, infelizmente, de empresas da China, Europa, América - um monte de mikrovnesk para o terror russo constante", continuou.

Zelensky exaltou "o poder das sanções" e insistiu na "necessidade de trabalhar muito mais para controlar a exportação de componentes e recursos especiais, para evitar que a Rússia escape às sanções que lhe foram impostas".

"As sanções devem ser mais severas e eficazes", acrescentou.

O Presidente da Ucrânia esclareceu que esta realidade não é um problema exclusivo de Kiev, mas antes "é uma ameaça global" e, como tal, "só a pressão global e especial a pode derrotar".

Acusando a Rússia de escapar às sanções ocidentais, o chefe de Estado da Ucrânia acrescentou que é assim "que a Rússia também ajuda a [fazer] crescer regimes musculares no Irão e na Coreia do Norte".

Um dia antes, Zelensky tinha apelado aos aliados para tomarem medidas concretas antes que as tropas norte-coreanas destacadas na Rússia cheguem ao campo de batalha.

O chefe de Estado levantou a possibilidade de um ataque preventivo ucraniano contra os campos onde as tropas norte-coreanas estão a ser treinadas e disse que Kiev conhece a sua localização, mas lembrou que a Ucrânia não pode fazê-lo sem a permissão dos aliados para usar armas de longo alcance fabricadas no Ocidente.

Líderes ucranianos insistem que precisam de permissão para usar armas ocidentais para atacar depósitos de armas, campos de aviação e bases militares longe da fronteira, para motivar a Rússia a procurar a paz. O Presidente russo, Vladimir Putin, alertou em 12 de setembro que a Rússia estaria "em guerra" com os EUA e os países da NATO se a utilização desse armamento fosse aprovada.

A administração norte-americana disse na quinta-feira que cerca de oito mil soldados norte-coreanos estão na região russa de Kursk, perto da fronteira com a Ucrânia, e preparam-se para ajudar o Kremlin na luta contra as tropas ucranianas.

Os serviços de informações militares ucranianos disseram no sábado que mais de sete mil norte-coreanos foram transportados para áreas próximas da Ucrânia.

A Defesa russa anunciou que destruiu 19 drones ucranianosna última noite. Dezasseis foram abatidos na região sul de Rostov e os restantes foram intercetados nas regiões de Belgorod e Bryansk, na fronteira com a Ucrânia.

Já no sábado, o autarca de Kiev também dizia que foi repelido um ataque aéreo da Rússia contra a capital ucraniana. Foram abatidos dezenas de drones.

C/Lusa
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