Zelensky pede aos aliados o levantamento de restrições para uso de armas em solo russo
O presidente ucraniano apelou esta sexta-feira aos países aliados para que ignorem as "linhas vermelhas" de Moscovo e permitam que Kiev utilize armas de longo alcance na Rússia. Volodymyr Zelensky participa pela primeira vez na reunião do grupo de contato dos aliados da Ucrânia em Ramstein, uma base área dos EUA na Alemanha.
“Precisamos destas capacidades de longo alcance não apenas no território ucraniano, mas também em território russo, para fazer com que a Rússia esteja motivada a procurar a paz”, afirmou o presidente ucraniano, presente nas conversações de ministros da Defesa em Ramstein.
Kiev tem a autorização de alguns dos principais aliados para atacar alvos em solo russo com armamento das potências ocidentais mas só sob certas condições, sobretudo devido aos receios de vários países sobre uma eventual escalada do conflito com Moscovo.
Na primeira ocasião em que Volodymir Zelensky se juntou à reunião de ministros da Defesa na base aérea norte-americana de Ramstein, defendeu a necessidade urgente de uma defesa área reforçada e do uso de armas de longo alcance, numa altura em que a guerra na Ucrânia se estende há mais de dois anos e meio.
No início da reunião, na Alemanha, Zelensky pediu especificamente o reforço do armamento na região de Donetsk. "O mundo dispõe de sistemas de defesa aérea suficientes para garantir que o terror russo não atinge resultados", afirmou.
Esta semana a Rússia intensificou os ataques em solo ucraniano,
nomeadamente com o ataque ao instituto militar de Poltava, um dos
bombardeamentos mais agressivos desde o início do conflito. Morreram
pelo menos 55 pessoas.
Entretanto, na quinta-feira, o presidente russo fixava como prioridade a conquista do Donbass.
Mais ajuda de Washington, Londres e Berlim
Para além do encontro do grupo de contacto para a Defesa da Ucrânia, Zelensky também vai estar reunido com o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Llyod Austin, o ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius e com o chanceler alemão, Olaf Scholz.
No início da reunião, Austin anunciou o reforço da ajuda militar por parte dos Estados Unidos no valor de 250 milhões de dólares, o que "aumentará as capacidades para satisfazer as necessidades em constante mudança na Ucrânia".
"Moscovo continua a sua ofensiva no leste da Ucrânia, particularmente em torno de Pokrovsk. Putin está a reposicionar as tropas em Kursk e o Kremlin continua a bombardear cidades ucranianas e a atacar civis ucranianos. É um escândalo", afirmou o chefe da diplomacia norte-americana.
Por sua vez, o Reino Unido anunciou esta sexta-feira um contrato de 162 milhões de libras (cerca de 190 milhões de euros) para o evnio de 650 mísseis ligeiros multifuncionais de curto alcance.
Esta semana, Berlim já tinha confirmado a entrega de oito novos sistemas de defesa aérea até 2025.