Zelensky em entrevista à RTP. Acompanhe em direto

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O presidente da Ucrânia concedeu uma entrevista exclusiva aos enviados especiais da RTP, Cândida Pinto e David Araújo. Volodymyr Zelensky falou sobre o atual momento da guerra no país após mais de ano de meio de conflito. A conversa decorreu poucos dias após a visita de Marcelo Rebelo de Sousa à Ucrânia.

David Araújo - RTP

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por Graça Andrade Ramos, Andreia Martins, Inês Moreira Santos - RTP

Exclusivo RTP. Zelensky afasta negociações diretas com Moscovo e cedências territoriais

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em entrevista exclusiva à RTP, em Kiev, em agosto de 2023 David Araújo - RTP

Em entrevista exclusiva aos enviados especiais da RTP, Cândida Pinto e David Araújo, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky garantiu que a moral dos soldados se mantém elevada, que o avanço no terreno tem sido constante e que necessita de 160 caças F-16. Afastou ainda qualquer possibilidade de negociar a paz diretamente com Moscovo. E criticou aqueles, que, para conseguirem essa paz, propõem que a Ucrânia ceda território.

Essa foi uma linha vermelha que o líder ucraniano traçou sem medo de absolutos. 

A concretização do fim da guerra e qualquer diálogo podem "acontecer", admitiu, mas apenas se e quando "os russos começarem a respeitar o nosso direito, o direito de viver na nossa terra, e as forças russas saírem na integra do nosso território", afirmou.

Zelensky não admite, por isso, qualquer tipo de negociações diretas com Moscovo.

"Temos uma posição muito definida e esta posição consta da nossa fórmula de paz, que tem dez parágrafos", explicou Zelensky. "O fim da guerra está previsto após o cumprimento de todos os parágrafos totalmente honestos, justos, que se baseiam na resolução da ONU".

Zelensky não se eximiu de tecer duras críticas àqueles que, como o presidente brasileiro, Lula da Silva, na semana passada na Cimeira dos BRICS, onde está ao lado da Rússia, sugeriu uma paz negociada e o abandono de uma "mentalidade obsoleta da Guerra Fria", propondo que a Ucrânia ceda território para conseguir a paz. 

"Para se dizer alguma coisa, é preciso perceber quem é a vítima e quem é o agressor", respondeu o líder ucraniano. E os ucranianos, lembrou Zelensky, são as vítimas da invasão russa e não os atacantes.

Já a fórmula de paz ucraniana com os seus 10 pontos, "não é uma fórmula unilateral, é uma formula do país que sofre com tudo isso, que sofre com a guerra e no território no qual a guerra se desenvolve. Ponto".

Segundo Zelensky, também o mundo inteiro deveria ter pressionado a Rússia quanto ao acordo de exportação de cereais que Moscovo recusou renovar, argumentando que não servia os seus interesses.
Ceder território, nunca

A aparente intransigência ucraniana baseia-se no sofrimento de um povo que foi atacado e bombardeado sem qualquer respeito pela sua soberania, defendeu o Presidente.

"A guerra é em concreto na Ucrânia, as vítimas são concretamente os ucranianos. Não são os brasileiros, ou outros europeus, nem americanos. São concretamente dezenas de milhares de pessoas, centenas de milhares, que morreram ou ficaram feridas, são as nossas casas que foram atacadas ou bombardeadas, não as casas do Brasil ou de outros países", afirmou Zelensky.

Volodymyr Zelensky diz-se aberto a propostas, desde que estas não pressuponham a cedência de território, nem sequer da Península da Crimeia, anexada pela Federação Russa em 2014 após um referendo não reconhecido pela comunidade internacional.

"Se essas propostas se baseiam de alguma forma em cedência de alguma parte do nosso território, então isso não é coerente, primeiro com os nossos pensamentos, e, em segundo, certamente não é compatível com a nossa integridade territorial e soberania", disse o líder ucraniano. "As pessoas devem respeitar os territórios dos estados independentes".
A importância de Portugal
Esse foi um dos elogios que mereceu Marcelo Rebelo de Sousa, na sua visita à Ucrânia, na semana passada, onde celebrou o Dia da Independência do país, em Kiev, ao lado de Zelensky.

O Presidente português denotou "respeito pela Ucrânia", afirmou Zelensky sobre a tentativa de Marcelo em falar na língua ucraniana. Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentou, é "uma pessoa com muito carisma", que sente a voz do seu povo e também do povo ucraniano.

Para Zelensky, os dois líderes estão "em uníssono, tal como dizem os músicos" e desta forma conseguirão tudo.Portugal, sublinhou, "é muito importante para a Ucrânia" e poderá ser "ponta de lança" dos interesses ucranianos em África e na América Latina.

Zelensky garantiu ainda que irá visitar Portugal, "obrigatoriamente".

A longa entrevista foi concedida no Palácio Presidencial em Kiev, sob fortes medidas de segurança. Zelensky falou ainda abertamente de questões como a corrupção no país, a polémica das eleições, a morte de Prigozhin e o que ela revela sobre a Rússia, assim como a necessidade de armamento e o avanço militar no terreno ocupado pelos russos. 
Veja aqui a entrevista completa ao Presidente da Ucrânia
Zelensky agradece ajuda, mas precisa de 160 caças

Zelensky afirmou que a Ucrânia necessita de mais uma centena de caças além dos "50 ou 60" já prometidos e os quais devem estar operacionais no início de 2024.

"Hoje temos o acordo relativamente à futura entrega de 50, 60 caças (F-16). Porque digo isso? Porque nos momentos diferentes, teremos uma quantidade diferente de caças", afirmou o Presidente ucraniano à RTP. 

"Na totalidade precisamos de cerca de 160 caças, para ter uma força aérea poderosa que não dê a possibilidade à Rússia de dominar o espaço" aéreo, acrescentou, lamentando ainda que esta ajuda tenha chegado "mais tarde do que eu queria" e que o domínio russo dos céus seja "absoluto".

Os caças deverão estar operacionais nos céus ucranianos "no principio do próximo ano", antecipou Zelensky, reconhecendo que a questão é complexa, por exigir formação não só de pilotos mas igualmente de engenheiros e muita manutenção especailizada. 

Para o presidente da Ucrânia, os caças são necessários para defesa e para a proteção de civis e não para a contraofensiva. 

"Estamos a combater com a Rússia, estamos a combater pela nossa terra ucraniana, contra a política invasora da Federação Russa. Precisamos de caças meramente para nos defender. Defender a nossa terra, o nosso mar, o nosso céu", garantiu.

Outra utilidade premente para os F-16 é assegurar que "a Rússia ilegalmente não reine no Mar Negro e não reine a agressão da Rússia através do bloqueio dos nossos corredores de cereais no Mar Negro e no Mar de Azov", afirmou Zelensky.
Motivação na Ucrânia "não esmoreceu"
O presidente garantiu ainda que o avanço ucraniano na frente da guerra prossegue, mesmo "aos poucos", e que a moral das tropas de Kiev se mantém elevada.

Uma das funções da presidência, tal com a entende Zelensky, é manter em alta a moral ucraniana, sobretudo dos soldados que combatem na linha da frente. Muitas famílias foram destroçadas no último ano e meio de guerra, reconheceu. E por isso mostrou-se grato também aos que lutam sem esmorecer.

"A morte de uma pessoa próxima desmotiva. E estou grato aos soldados por isso não ter acontecido. A motivação das forças ucranianas é maior do que a das forças russas. Isso é importante", referiu, dizendo que a motivação ucraniana existe "desde o início" e que "ainda não esmoreceu".

A garantia de apoio na retaguarda é aqui crucial. "Quero chamar a atenção para os veículos médicos blindados para recolher os feridos do campo de batalha. Eles contam que cada um vai para a batalha e mesmo se algo acontecer – que Deus não permita – existirá o veículo específico para o recolher" lembrou, enquanto lamentava ter "falta destes veículos". "Essas coisas desmotivam, é verdade", reconheceu.

Zelensky tem visitado diversas vezes a linha da frente, sobretudo desde o início da última ofensiva para expulsar as tropas russas entrincheiradas. O avanço tem sido difícil mas constante, garante. "Somos nós que estamos a avançar, aos poucos, mas a avançar. Porque estamos na nossa terra. E isso é a motivação maior, temos só a nossa família para trás", afirmou.

Pelo contrário, os russos mobilizados "não sabem por que razão combatem na Ucrânia" e estão desmotivados. Combatem "por medo de não avançar" e do que lhes sucederá se desertarem da frente de combate, interpretou Zelensky. 

"É a sobrevivência que os motiva", explicou, lembrando que "muitos militares especializados da Federação Russa e do grupo Wagner foram eliminados pelas nossas forças armadas, estamos a falar do poder do exército russo".
"Não temos direito a ter corrupção"
Já sobre a corrrupção no país, incluindo nas forças armadas ucranianas, Volodymyr Zelensky sublinha a necessidade de a equiparar em termos legislativos, a uma traição à pátria, considerando que "em tempo de guerra" a questão dos riscos de corrupção "tem de ser tratada de forma muito mais séria" doque durante a paz.

O Presidente reconheceu que as pessoas estão "sob muita pressão" devido ao conflito mas considerou que, por isso mesmo "não podemos arriscar quaisquer momentos, por mais insignificantes, de corrupção".

"As pessoas estão com dificuldades, a defender as suas casas, os seus filhos, partilham as suas reformas e salários com os militares e não com os filhos", referiu. 

Se, "no respeito da lei", a corrupção não for travada, isso representa um risco de desmotivação das pessoas, "da sua fé na vitória, na Ucrânia", ameaça a própria "unidade" do país, afirmou Zelensky.

Para o Presidente da Ucrânia, a justificação de que a corrupção existe em todo o lado, não colhe. "Nós não temos o direito a ter corrupção a qualquer nível" defendeu, para justificar a sua proposta legislativa, apesar de considerar que o problema não está demasiado disseminado. 

"O problema global é quando justificamos isso", "não reconhecemos que existe" e "não o combatemos", considerou.
"Não tenho medo de nada"
Zelensky afirmou também não ter medo de eleições, referindo "respeitar muito o povo".

"O povo sabe que não vim da política para política", afirmou, ciente de que goza de "muito apoio". "Não tenho medo de nada", garantiu, dizendo-se ainda pronto para enfrentar quem queira alterar a legislação para permitir a realização do escrutiínio em tempos de guerra.

"Não deixo simplesmente que o país seja destruído e o povo posto em causa", afirmou, defendendo quatro exigências para a realização do escrutínio.

A primeira, referiu, é que as eleições se deverão realizar "em todo o território ucraniano", incluindo os militares que atualmente combatem na linha da frente. 

Depois, "precisamos de observadores internacionais porque quero que tudo seja feito legalmente", explicou. "As eleições devem ser democráticas, transparentes", tal como "sucedeu quando eu fui eleito Presidente".

Zelensky disse querer em terceiro lugar envolver a diáspora ucraniana, sobretudo aquela que procurou refúgio da guerra em terras estrangeiras, e em quarto garantir a segurança da votação sem ameaças de eventuais bombardeamentos russos.

O financiamento de um ato eleitoral é outra questão premente, já que Zelensky não irá desviar para eleições um cêntimo do orçamento atualmente alocado ao armamento e às forças armadas.

"Penso que a democracia do mundo nos apoiará", afirmou, deixando implícito que irá ser candidato se as eleições se realizarem em 2024 como prevê o calendário eleitoral. "Nâo abandono o meu país", afiançou.
Putin "não é assim tão forte" e "não tem palavra"

Zelensky comentou ainda a morte do líder do grupo mercenário russo Wagner, Yevgueny Prigozhin, na véspera das celebrações do Dia da Independência da Ucrânia. 

Não mostrou dúvidas de que foi o Presidente russo, Vladimir Putin, quem mandou eliminar Prigozhin, considerando esse facto uma prova de fraqueza do senhor do Kremlin.

"Uma pessoa forte não elimina os concorrentes desta forma" afirmou, para justificar que a morte de Prigozhin, que, em junho passado, chegou a mandar avançar as Wagner sobre Moscovo, provou que "Putin não é assim tão forte" apesar de líder de "um estado autocrático". "Ele é um terrorista", afiançou.

Também o rápido avanço das tropas Wagner em território russo, na invasão de junho, apontou para o fraco controlo territorial por parte do Kremlin, considerou Zelensky.

Em terceiro, ficou demonstrado que "Putin não respeita a sua palavra" dada em negociações. Zelensky crê que "o mundo civilizado" terá agora "percebido" isso mesmo. "Nós testemunhamos isso anteriormente, agora todo o mundo viu", afirmou.

"Todos os acordos com Prigozhin", os "públicos", "foram eliminados, bem como a pessoa com quem foram negociados" com a morte do líder do Wagner, argumentou. "Não existe a pessoa, não existem os acordos". Putin "ou desmente a sua palavra ou faz o que fez com Prigozhin", rematou.
"Tudo depende da boa vontade"
Sobre a adesão à NATO, Zelensky disse que dependerá de quando e de como acabar a guerra, mas afirmou-se confiante de que o seu país se tornará membro da Aliança Atlântica.

quanto à União Europeia, o Presidente ucraniano crê que "existem todas as possibilidades de encetar um diálogo já este ano" e encetar o processo em 2024. 

"Tudo depende da boa vontade e da vontade política dos parceiros europeus e da nossa vontade e das nossas possibilidades", reconheceu.

Volodymyr Zelensky sabe que é um alvo a abater mas ignora a quantas tentativas de assassínio terá sobrevivido nos últimos ano e meio. "A guerra ainda não acabou", sorriu.
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"A guerra ainda não terminou"

Questionado sobre as tentativas de assassinato de que já terá sido alvo desde o início da guerra, Volodymyr Zelensky diz que é algo que desconhece. "Não sei. É difícil dizer, porque parece que a guerra ainda não terminou", sublinha.
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Convite para entrada na NATO poderia "aproximar o fim da guerra", diz Zelensky

Em relação à entrada na NATO, o presidente ucraniano acredita que a Ucrânia só fará parte da aliança atlântica depois da guerra, ainda que o convite possa surgir antes.

Zelensky argumenta mesmo que o próprio convite pode significar uma "aproximação ao fim da guerra", mas que nem todas as partes estão de acordo nesse aspeto.

Já sobre a entrada na União Europeia, o chefe de Estado ucraniano diz que Kiev tem "todas as hipóteses de encetar um diálogo sobre o futuro da Ucrânia na UE ainda este ano".

"A decisão pode ser tomada até ao final do ano" e o processo poderá ser iniciado "a partir do próximo ano".

"Tudo dependerá da boa vontade ou da vontade política dos parceiros europeus, da nossa vontade e das nossas possibilidades", reconheceu.
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"A guerra pode terminar ainda este ano"

Questionado sobre uma data de um eventual fim da guerra, o presidente ucraniano considera que "é difícil dizer" e que a guerra "pode terminar ainda este ano". Tudo depende de vários fatores, incluindo o "sucesso da contraofensiva". A evolução no terreno poderá ser decisiva para pressionar no sentido de uma "decisão política". Zelensky lembra também os ataques à infraestrutura energética ucraniana ao longo do último inverno, considerando que essa é uma questão de "terrorismo". Por outro lado, os ataques a hospitais que resultaram na morte de ucranianos são uma questão de "genocídio", vincou.
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Zelensky deverá deslocar-se a Portugal: "Vou visitar Portugal, obrigatoriamente"

Questionado sobre uma visita futura a Portugal, o presidente ucraniano indicou que foi convidado a visitar o país, algo que foi falado por ocasião da visita de Marcelo Rebelo de Sousa. "Quero muito e estou certo de que chegará a altura e vou visitar Portugal, obrigatoriamente."
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Medo de perder eleições? "Não tenho medo de nada", responde Zelensky

Segundo o calendário eleitoral da Ucrânia, o ano de 2024 deveria ser de eleições presidenciais. Mas o presidente ucraniano considera que as eleições não podem ocorrer neste momento. "Legalmente nós não temos direito a realizar eleições agora", realça, mas diz estar "pronto a fazer alterações na legislação".

Recusa a ideia de receio de perder eventuais eleições. "Não tenho medo de nada", vincou. Considera que as eleições devem ser realizadas integralmente no território ucraniano para que os militares, por exemplo, tenham possibilidade de votar.

"Quero que tudo seja feito legalmente e com transparência" tal como em eleições anteriores. "Não quero perder isso", refere.

Zelensky destaca por exemplo a questão dos refugiados que se encontram no estrangeiro. "Devem poder votar com infraestrutura adequada. Não podemos privá-los da sua voz"

Há ainda a questão dos riscos de bombardeamento e da absoluta necessidade de "proteção nos locais de votação".

Questionado sobre se irá concorrer a uma eventual eleição, Zelensky não tem dúvidas: "Em 2024, se a guerra continuar, e se as eleições se realizarem, nunca na minha vida deixarei o meu país".
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Em tempo de guerra, riscos de corrupção devem ser resolvidos de "forma muito mais séria do que nos tempos de paz"

O presidente Zekensky propôs ao Parlamento da Ucrânia legislação para equiparar a corrupção à traição à pátria enquanto o país estiver sob lei marcial. Contudo, continuam a surgir notícias de casos de corrupção nas forças armadas da Ucrânia.

Zelensky, sobre o assunto, diz acreditar que "em tempos de guerra, temos de tratar as questões dos riscos de corrupção de uma forma muito mais séria do que nos tempos de paz”.

“Nós devemos respeitar as leis e, por isso, algumas leis devem ser modificadas para o tempo de guerra".

Os riscos são muito altos, lamentou o presidente, argumentando que "as pessoas estão sob pressão com a guerra e nós não podemos arriscar quaisquer momentos, mesmo insignificantes, de corrupção".

"Não devemos arriscar porque as pessoas estão com dificuldades, estão a defender as suas casas, as suas crianças".

Além disso, todo o país está unido para enfrentar a ofensiva russa. “O povo ajuda as forças armadas, presta assistência, partilha as reformas, os salários, guarda isso tudo não para os seus filhos mas para os militares”.

Por isso, qualquer caso de corrupção é um risco "muito grande" e pode levar a que a população desmotive.

"Mas não temos o direito de perder a motivação do povo, do povo da Ucrânia, a fé do povo ucraniano, na Ucrânia e na vitória”. E salientou: "Estes casos, mesmo ínfimos, de corrupção podem ser prejudiciais”.

Por esse motivo, a proposta de Zelensky ao Parlamento “tem de ser eventualmente mais rígida do que em tempos de paz”.

Apesar de reconhecer que a corrupção existe em todo o mundo, o presidente considera que o país não tem o “direito de ter corrupção a qualquer nível”, principalmente em tempos de guerra.

“Não temos esse direito. Caso contrário perderemos a unidade do nosso povo. E isso é muito importante”.

Para Zelensky, a corrupção não pode ser visto como um “problema global” nem justificado por ser uma questão de todo o mundo. E, por isso, o problema deve ser enfrentado e resolvido
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Rússia e Prigozhin. "O mundo civilizado percebeu que a palavra de Putin não vale nada", refere Zelensky

Sobre o desaparecimento de Prigozhin, o presidente ucraniano sublinha que esta situação demonstra que "Putin não é assim tão forte".

 "Uma pessoa forte não elimina os concorrentes desta forma. Ainda mais quando és presidente de um Estado autocrático, consegues controlar tudo". 

Em relação à tentativa de golpe pelas forças Wagner, Zelensky destaca que a facilidade de progressão no terreno veio demonstrar "fraqueza de controle por parte de Rússia".

Zelensky argumenta ainda que o caso Prigozhin demonstra o resultado de uma negociação com a Putin, o que vai ao encontro dos constantes avisos de Kiev em como o presidente russo "não respeita a sua palavra".

Putin eliminou os acordos com o grupo Wagner e o próprio líder do grupo Wagner. "Penso que agora o mundo civilizado percebeu que a palavra de Putin não vale nada", refere Zelensky.
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Zelensky recusa negociações diretas com Moscovo

Em resposta à questão sobre a possibilidade de uma eventual negociação direta com Moscovo, o presidente ucraniano é perentório: "Não".

"Temos uma posição muito definida e esta posição consta da nossa fórmula de paz, que tem dez parágrafos. O fim da guerra está previsto após o cumprimento de todos os parágrafos totalmente honestos, justos, que se baseiam na resolução da ONU"

Zelensky sublinha ainda que a Rússia "deve abandonar" o território ucraniano e os assassinos "devem ser punidos".

"Um ou outro formato de diálogo político com representantes do poder russo pode acontecer, mas só após os russos começarem a respeitar o nosso direito, o direito de viver na nossa terra, e as forças russas saírem na íntegra do nosso território", completou.

Lembra o risco de uma "catástrofe nuclear" por culpa das ações russas e exige a troca de prisioneiros de guerra e a devolução das crianças ucranianas.

"Estamos a falar de milhares de crianças deportadas para o território da Federação Russa", sublinhou.
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"Todo o mundo devia ter pressionado" a Rússia sobre acordo de cereais

Abordando a questão do acordo de exportação de cereais, Zelensky começou por frisar que falou do assunto com o presidente e o primeiro-ministro português, assim como com o secretário-geral da ONU.

"Temos boas relações desde o início, o secretário-geral ajudava muito, foi muito difícil porque tudo estava bloqueado".

Infelizmente, continuou o chefe de Estado ucraniano, António Guterres e o presidente turco "não conseguiram pressionar a Rússia relativamente à livre navegação". Mas na sua opinião, "todo o mundo devia ter pressionado".

"Conseguiram convencê-la só na área dos cereais, mas penso que existem muito mais produtos, áreas de produção diferentes que também têm grande défice no mundo. E devem ser transportados livremente".

Zelensky frisou então que ameaçar "apenas retoricamente" a Rússia, quando esta avança com os bloqueios de exportação, não é suficiente.

"Poucos países conseguiram influenciar a Federação Russa, apesar da ONU ter mecanismos e bastantes países que podiam ter exercido essa pressão sobre a Rússia", continuou, esclerecendo que Moscovo quis "mensalmente sair desta iniciativa, travava-a constantemente, introduzia verificações adicionais, fazia bloqueios e filas no mar. … A Rússia queria sempre verificar algo… fazia sempre dumping de preços na produção agrícola".

"Estamos numa situação em que o corredor de cereais entre nós, a Turquia e a ONU continua a existir, mas entre a Rússia e os colegas não funciona".
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Sobre a posição do Brasil, Zelensky diz: "É necessário perceber quem é a vítima e quem é o agressor"

Questionado sobre o papel que o Brasil pode ter no contexto da guerra, Zelensky sublinha que as vítimas "são concretamente os ucranianos".

"São as nossas casas que foram atacadas e bombardeadas. Não as casas do Brasil ou outros países. Graças a Deus, nós não queremos uma guerra no Brasil ou em qualquer outro país", acrescenta.

Mas, sublinha, "é necessário perceber quem é a vítima e quem é o agressor".

Zelensky recusa ainda quaisquer propostas que tenham por base "a cedência de alguma parte do nosso território".
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Zelensky quer Portugal como ponte para África e América Latina

Na visão do presidente ucraniano, Portugal pode ser importante no reforço do apoio à Ucrânia tanto em África como na América Latina. E destaca o caso do Brasil. "É um país com influência no território da América Latina e quero muito que o Brasil esteja integralmente ao nosso lado", assumiu.

Portugal pode ajudar, para além da "fórmula de paz", nas plataformas "América Latina – Ucrânia e África-Ucrânia".

"Partilhei estes meus pensamentos com o presidente [Marcelo Rebelo de Sousa], pedi apoio, nós precisamos que a Ucrânia seja ouvida nestas duas plataformas, que a Ucrânia esteja presente, para que estas plataformas funcionem, precisamos de falar mais e penso que desta forma conseguimos aproximar ao máximo a paz", adiantou.
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"O apoio político de Portugal é muito importante"

Em relação ao apoio de Portugal e à recente visita de Marcelo Rebelo de Sousa à Ucrânia, Volodymyr Zelensky diz estar "grato" pelo apoio português. "Não falo só do apoio militar, a vida é composta por parte e etapas diferentes de sobrevivência. O aspeto humanitário é muito importante, o facto de Portugal acolher mais de 50 mil ucranianos é importante, estou muito grato à comunidade portuguesa pela atitude dos portugueses para com os ucranianos", vincou.

"É importante que os países do mundo civilizado, ou aqueles que apoiam um futuro civilizado, ou seja a paz e não a guerra, é importante que tenhamos mais países destes ao lado da Ucrânia. Reforçamos diariamente este trabalho, este é um componente político muito importante. Como vê, temos aqui uma vertente militar, uma vertente humanitária, uma vertente política que tem um impacto grande sobre a vertente humanitária e militar, sobre as armas que são entregues por um outro país", acrescentou ainda.

Zelensky considera que, neste aspeto, o "apoio político de Portugal é muito importante".
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"Hoje, o domínio da Rússia no céu é absoluto, reconhecemos isso"

Sobre a eventual reação da Rússia à presença de F16 na Ucrânia, Zelensky espera que estas, tal como outras armas, tenham "um impacto poderoso na motivação da Rússia, diminuindo-a ainda mais".

"Hoje, o domínio da Rússia no céu é absoluto, reconhecemos isso, sabemos que a Rússia tem mais armas deste tipo, tem muito mais aviões, mais drones, mais equipamentos de defesa antiaérea. Nós já temos os equipamentos de defesa antiaérea de padrão ocidental, mas a Rússia tem muito mais equipamentos, ainda soviéticos mas em muito grande quantidade", reconhece Zelensky.
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"As pessoas estão motivadas para ficar no terreno porque têm medo de serem mortas"

Questionado sobre os progressos da Ucrânia na zona de Zaporizhia, o presidente ucraniano argumenta que as tropas russas mobilizadas em território ucraniano "estão desmotivadas, não sabem por que razão combatem".

"Muitos militares especializados da Federação Russa e do Grupo Wagner foram eliminados pelas nossas forças armadas. (...) Hoje em dia as pessoas estão desmotivadas. Mas independentemente disso, estas pessoas têm medo de não avançar, porque quando voltam são presas ou mortas. É a sobrevivência que as motiva", destaca o presidente ucraniano.

"Nós estamos a avançar aos poucos, mas a avançar. Porque estamos na nossa terra. E isso é a motivação maior", vinca.
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Motivação das forças ucranianas garantem progressos na contraofensiva

Sobre a situação na linha da frente do conflito no país, Volodymyr Zelensky começou por expressar estar grato aos "soldados a todos, aos nossos sargentos, a todo o nosso pessoal das forças armadas, comandantes, generais, porque o desenvolvimento da contraofensiva depende deles".

"Estou grato porque eles não perderam a motivação, uma vez que a guerra já está em curso há mais de um dia, há mais de um mês e infelizmente, devemos constatar, há mais de um ano", continuou, relembrando que há "muitas pessoas mortas, feridas, que estiveram juntas com os rapazes e raparigas que hoje continuam a defender o país".

"Em qualquer caso, a morte de uma pessoa próxima desmotiva", quis frisar. "E estou grato aos soldados por isso não ter acontecido. A motivação das forças ucranianas é maior do que a das forças russas. Isso é importante".

Segundo o presidente ucraniano, a motivação dos soldados "existiu desde o início" e tem aumentado. Contudo, Zelensky afirmou que as forças ucranianas não têm veículos "médicos blindados para recolher os feridos do campo de batalha".

"Essas coisas desmotivam, é verdade".
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F16 vão poder combater na Ucrânia "no início do próximo ano"

"Não sabemos como acelerar ainda mais o processo, nem tudo é assim tão simples, mas compreendemos que no início do próximo ano, no nosso céu podem aparecer caças", adiantou Zelensky.
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"Precisamos de cerca de 160 caças"

Questionado sobre o apoio da NATO em F16, o presidente ucraniano sublinha que a obtenção de "caças modernos" é muito importante para a proteção dos corredores de cereais no Mar Negro e Mar de Azov.

"Hoje temos o acordo relativamente à futura entrega de 50, 60 caças. Porque digo isso? Porque nos momentos diferentes, teremos uma quantidade diferente de caças. Não virão todos ao mesmo tempo. Na totalidade precisamos de cerca de 160 caças para ter uma força aérea poderosa que não dê a possibilidade à Rússia de dominar o espaço", explicitou.

Esses caças serão necessários "não para a contraofensiva, mas sublinho isso mais uma vez, porque sabe como a informação está divulgada e muitas vezes corrigida pela Rússia a seu favor".

"Precisamos de caças meramente para nos defender. Defender a nossa terra, o nosso mar, o nosso céu", acrescentou.
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Entrevista RTP. Zelensky não esconde irritação com Lula da Silva

O presidente da Ucrânia critica Lula da Silva e recusa aceitar propostas de paz que impliquem cedência de território. Volodymyr Zelensky não esconde a irritação com o presidente brasileiro e deixa claro também que todos os que querem o fim da guerra têm que perceber quem é a vítima e quem é o agressor.

Perante estas declaração a presidência brasileira veio dizer que sempre condenou a invasão na Ucrânia.
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Entrevista RTP. Zelensky pede mais F16 para defesa da Ucrânia

Volodymyr Zelensky não esconde irritação com Lula da Silva nas posições tomadas pelo Brasil sobre a guerra da Ucrânia. Em entrevista exclusiva à RTP diz também que não conta com os F16 nesta fase da contra-ofensiva mas precisa da cerca de mais 160 aviões de combate para defender a Ucrânia a partir do próximo ano.

Entrevista exclusiva a RTP feita pelos enviados especiais Cândida Pinto e David Araújo.
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Brasil. Presidência "respeita" declarações de Zelensky

Arquivo Reuters

A Presidência brasileira diz que respeita as declarações do presidente Zelensky e não as considera críticas porque sempre condenou a invasão do território ucraniano.

Reitera que defende o fim das hostilidades e a solução do conflito entre os dois países por meios diplomáticos, pelo diálogo.

O Brasil e outros países colocam-se à disposição, caso seja do interesse dos dois países, para ajudar na mediação de diálogos, cujos termos só podem ser definidos pelas partes envolvidas no conflito.

Em entrevista exclusiva à RTP, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky fez críticas severas à sugestão avançada pelo seu homólogo do Brasil, Lula da Silva, de ser negociada uma paz mediante cedência de território por parte de Kiev.

Zelensky afirmou que não pode aceitar este tipo de propostas de paz e deixou claro também que todos os que querem o fim da guerra têm que perceber quem é a vítima e quem é o agressor.

O presidente de Ucrânia conversou em Kiev com os enviados especiais da RTP Cândida Pinto e David Araújo.

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por RTP

A análise de Cândida Pinto à entrevista a Zelensky

A crítica de Zelensky a Lula da Silva é o reconhecimento de que não conseguiu algo que pretendia, que era o apoio do Brasil para a causa ucraniana. Para o presidente ucraniano, o seu homólogo brasileiro é "um irritante".

Zelensky há "muitos meses que tenta cativar o Brasil para a sua causa", explica a enviada da RTP à Ucrânia, Cândida Pinto, que acrescenta que o presidente ucraniano "já se ofereceu várias vezes para ir à América do Sul e já fez vários convites a Lula da Silva para se deslocar a Kiev. Sempre sem sucesso".

Em relação a Portugal, Zelensky sabe que o país não é uma potência militar e não tem capacidade para enviar F-16, apesar de participar no treino dos pilotos. No entanto, "pode ser importante a nível diplomático, uma vez um abrangente leque de relações diplomáticas".

O presidente ucraniano tem esperança que as "autoridades portuguesas possam ser veículos de influência junto das áreas que falam português".

"Os países africanos que falam português são importantes". Zelensky, que quer realizar uma cimeira para a paz, espera ainda "alguns esforços, por parte de Portugal, para falar com o Brasil".

Os enviados da RTP à Ucrânia encontraram um homem "desgastado por um ano e meio de guerra". Contudo, "mantém a sua boa disposição e é afável".

A entrevista de segunda-feira foi "rodeada por fortes medidas de segurança, uma vez que Zelensky tem a cabeça a prémio".

"É um homem com uma agenda compacta e com reuniões sucessivas, num país que está em guerra".
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Entrevista à RTP. Zelensky com duras críticas a Lula da Silva

Foto: Ritzau Scanpix/Thomas Traasdahl via Reuters

Na entrevista exclusiva à RTP, o presidente da Ucrânia critica o presidente do Brasil, Lula da Silva, e diz que não pode aceitar propostas de paz que impliquem cedência de território.

Volodymyr Zelensky deixa claro também que todos os que querem o fim da guerra têm que perceber quem é a vítima e quem é o agressor.

O presidente de Ucrânia conversou em Kiev com os enviados especiais da RTP Cândida Pinto e David Araújo.
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por Antena 1

"Gostei imenso" de Marcelo, diz Zelensky

Foto: Oleg Petrasyuk/Pool via REUTERS

O presidente ucraniano afirma ter gostado muito de Marcelo Rebelo de Sousa. Uma convicção feita por Volodymyr Zelensky, numa entrevista exclusiva à RTP, em que elogia o esforço do presidente português quando na semana passada, na cerimónia do dia da independência, falou em ucraniano em Kiev - ainda que com sotaque - refere.

Zelensky diz que Marcelo sente a voz do povo português, mas também do povo ucraniano e conota esta ligação como um estado de uníssono.

A entrevista com o presidente ucraniano Volodymir Zelensky pode ser vista na integra esta terça-feira na RTP1 e na RTP 3, depois do Telejornal.
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Momento-Chave
por RTP

Exclusivo à RTP. Zelensky elogia Marcelo pelo esforço de falar em ucraniano

Oleg Petrasyuk/Pool via Reuters

Em entrevista exclusiva de Volodymir Zelensky à RTP, o presidente da Ucrânia revela o estado da guerra após um ano e meio e do que precisa para vencer a invasão russa.

Aos enviados especiais da RTP, Cândida Pinto e David Araújo, o presidente ucraniano revelou que os F-16 devem estar prontos no inicio do próximo ano, mas alerta que o que foi prometido não é suficiente. A entrevista a Volodymyr Zelensky será exibida na íntegra esta terça-feira na RTP1 e RTP3 após o Telejornal.

Sobre a visita de Marcelo Rebelo de Sousa, Volodymyr Zelensky aguarda agora consequências internacionais e elogia o esforço do presidente português quando discursou em ucraniano no Dia da Independência da Ucrânia.

"O presidente é uma pessoa com muito carisma e ele sente a voz do povo, não só do seu povo, tal como sentimos e vimos, mas também do nosso povo. Isso foi muito importante", frisou.

O presidente ucraniano considera que esse esforço de Marcelo "significa respeito pela Ucrânia".

Os enviados especiais da RTP à Ucrânia, Cândida Pinto e David Araújo, entrevistaram o presidente ucraniano em exclusivo e sob medidas de segurança especiais.

Nesta conversa, Volodymyr Zelensky acusou o impacto de meses de guerra e "está cansado", sem contudo "baixar os braços", realça a jornalista Cândida Pinto.

O impacto da morte de Prigozhin, as eventuais negociações com Moscovo e ainda as questões domésticas foram outros temas em destaque nesta entrevista que estará disponível na terça-feira.
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