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Guerra na Ucrânia. A evolução do conflito ao minuto

Zelensky acusa Putin de ter "muito medo " e de querer "estragar" a cimeira de paz na Suíça

por Rachel Mestre Mesquita - RTP
Olivier Matthys - EPA

Durante a sua visita a Bruxelas, esta terça-feira, o presidente ucraniano afirmou que Vladimir Putin iria tentar "estragar" a Conferência para a Paz organizada pela Suíça, e que está agendada para os dias 15 e 16 de junho no cantão de Nidwalden, arredores de Lucerna. Volodymyr Zelensky instou o presidente norte-americano, Joe Biden, a participar no evento, afirmando que a sua ausência "seria o mesmo que aplaudir Putin".

“A cimeira de paz precisa do presidente Biden”, declarou Zelensky numa conferência de imprensa, em Bruxelas. “A sua ausência seria o mesmo que aplaudir Putin”, afirmou. 

Os Estados Unidos são o principal apoiante da Ucrânia face à invasão russa, dos últimos dois anos, mas Washington ainda não confirmou a presença de Joe Biden na Conferência de Paz que está a ser organizada pela Suíça, o país anfitrião, que decorrerá nos próximos dias 15 e 16 de junho em Bürgenstock, no cantão de Nidwalden, arredores de Lucerna. O presidente norte-americano deverá estar na Europa nas mesmas datas, para participar numa cimeira do G7 em Itália.
"Só há dois cenários possíveis"

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que os países que evitam participar na cimeira para a paz, na Suíça, estão "satisfeitos" com a guerra na Ucrânia.

“Só há dois cenários: a paz verdadeira ou um novo prolongamento da guerra”, disse o líder ucraniano, que acredita que a cimeira na Suíça pode servir para "obrigar a Rússia a fazer a paz".

“É absolutamente, absolutamente possível. Tudo depende da determinação dos líderes mundiais e da escolha real de cada Estado: se quer estabelecer uma paz verdadeira ou se está satisfeito com a situação atual, ou seja, se está satisfeito com a guerra", considerou Zelensky.
Portugal entre os países confirmados
A três semanas da realização da Cimeira da Paz na Ucrânia, na Suíça, mais de 70 países e organizações confirmaram a presença na Cimeira da Paz sobre a reconstrução da Ucrânia, anunciou, na sexta-feira, o Ministério suíço dos Negócios Estrangeiros (FDFA). Entre os participantes encontram-se a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, o chanceler alemão, Olaf Scholz, o presidente francês, Emmanuel Macron e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.

No dia em que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, veio até Lisboa para assinar um novo acordo bilateral de segurança e cooperação, Portugal confirmou a sua presença na Cimeira, garantindo o seu empenho em ajudar a Ucrânia, não apenas militarmente, mas também nos encontros diplomáticos das próximas semanas.
  
Será o próprio presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a chefiar a delegação portuguesa na Cimeira da Suíça, a qual incluirá a presença do ministro do Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel. 

O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, na conferência de imprensa ao lado do primeiro-ministro ucraniano, Volodymyr Zelensky, depois de terem assinado um acordo bilateral de segurança e cooperação que prevê o apoio militar de pelo menos 126 milhões de euros em 2024.
"Putin tem muito medo da Cimeira"
O presidente ucraniano acusou Vladimir Putin de tentar "estragar" a Cimeira de Paz na Suíça, já que Moscovo está a tentar organizar uma reunião "alternativa" em simultâneo a este encontro de Nidwalden.

“Putin tem muito medo da cimeira de paz. Tentou e continua a tentar impedir esta cimeira"
, denunciou Zelensky, depois de ter rejeitado, na segunda-feira, a proposta da China e do Brasil de convidar a Rússia, que no seu entender "bloquearia tudo".

“Se querem a paz, vamos reunir-nos na cimeira da paz. É bom que preparemos esta plataforma com outros parceiros, porque a guerra está connosco (...) Nós somos as vítimas, somos atacados e mortos", declarou. Mas "se querem guerra, vão participar nesta reunião que a Rússia quer organizar”, insistiu o presidente ucraniano, apelando à comunidade internacional para que a evite.
Conferência "absurda" e "inútil"
O Kremlin reagiu, esta terça-feira, afirmando que era "absurdo" e "inútil" realizar uma cimeira de paz na Ucrânia sem a participação da Rússia, que até ao momento não recebeu nenhum convite de Kiev.

"Do nosso ponto de vista, esta conferência é absolutamente inútil para encontrar uma solução para o conflito na Ucrânia", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, numa entrevista à estação pública russa RT. "É de facto absurdo reunir e discutir seriamente estas questões sem a participação do nosso país”, sublinhou.

c/agências
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