O Presidente chinês exortou hoje os empresários de Hong Kong a "contribuírem significativamente" para a modernização da China, numa carta dirigida aos líderes empresariais do território descendentes de chineses oriundos da cidade de Ningbo.
Na carta, citada pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post (SCMP), Xi expressou gratidão a estes empresários pelo "apoio contínuo à cidade natal e ao país", incluindo na "criação de empresas e escolas" e exortou-os a aproveitarem os "respetivos pontos fortes e a participarem ativamente na reforma e abertura do país".
Na carta, Xi salientou que, durante muitos anos, os empresários de Hong Kong descendentes de Ningbo, cidade portuária situada no leste da China, mantiveram uma "afinidade com a pátria" e um espírito patriótico "transmitido de geração em geração".
O líder chinês elogiou igualmente o empenho na inovação, no empreendedorismo, na filantropia e na educação.
Xi sublinhou igualmente a importância de Hong Kong manter o "estatuto distintivo e as vantagens" que distinguem a região administrativa especial chinesa do resto do país, apesar do controlo crescente de Pequim sobre a antiga colónia britânica.
O líder chinês afirmou que a construção de um país forte e o rejuvenescimento através da modernização requerem "a unidade e o trabalho conjunto" da população.
"Espero que continuem a basear-se nos vossos respetivos pontos fortes, a integrar-se proativamente na reforma e na abertura da China, a dar novos contributos para a modernização da China e a contribuir para a realização do sonho chinês de um grande rejuvenescimento nacional", escreveu.
O Chefe do Executivo de Hong Kong, John Lee, afirmou que a carta "incutiu uma firme confiança não só nos empresários acima mencionados, mas também nos empresários de Hong Kong em diferentes partes do país, para que continuem a aproveitar a sua força para contribuir para a China".
O líder de Hong Kong comprometeu-se ainda a unir as forças empresariais e civis para "se integrarem no desenvolvimento da nação, contribuindo para um país mais forte e para o seu rejuvenescimento".
A carta de Xi surge numa altura em que o futuro de Hong Kong como centro financeiro mundial tem sido posto em causa nos últimos anos, devido a fatores como o impacto da pandemia da covid-19 na região semiautónoma e a deterioração das liberdades na cidade denunciada por organizações de defesa dos Direitos Humanos, na sequência da lei de segurança nacional imposta por Pequim após manifestações antigovernamentais em 2019.
Estas são raras declarações do Presidente chinês. A última vez que Xi escreveu a líderes empresariais individuais foi há uma década, quando respondeu a 30 empresários da província de Fujian, no sudeste do país, para assinalar o 30.º aniversário do apelo dos líderes locais à descentralização dos negócios, indicou o SCMP.