Xi Jinping em África para cimentar influência chinesa

por RTP
A China é o maior aliado comercial de África, superando os Estados Unidos há quase uma década Fred Dufour - Reuters

O Presidente chinês, Xi Jinping, inicia esta semana a primeira viagem a África desde o início do segundo mandato. A influência económica e as ambições estratégicas da China estão a crescer de ano para ano. O continente africano é uma das prioridades de Pequim.

Quando assumiu a Presidência em 2013, o líder chinês escolheu África como parte da viagem inaugural ao exterior. Durante o primeiro mandato, visitou o continente por duas vezes.
A China é o maior aliado comercial de África, superando os Estados Unidos há quase uma década. O comércio bilateral atingiu um recorde de 220 mil milhões de dólares em 2014.

O interesse da China em África extravasa as relações comerciais. O continente fornece uma grande quantidade de matérias-primas que a segunda maior economia mundial não conseguiria obter de outra forma.

Para além disso, é encaradado como potencial aliado político pró-China nas Nações Unidas.

Os Estados Unidos estão a perder cada vez mais influência no continente porque "tomaram África como garantida", disse à CNN Ian Taylor, um especialista em assuntos africanos da Universidade de St. Andrews.

"Parece que os americanos olham para África por uma lente de segurança, o que é completamente diferente da perspetiva chinesa", reforçou o perito, para contrapor que os chineses "olham através de uma perspetiva económica".

"Os americanos estão a perder muito tempo", rematou.
Mais do que um aliado comercial
Depois de uma breve paragem pelo Golfo Pérsico, Jinping viajará até ao Senegal, Ruanda, África do Sul e Maurícias. Voltará à África do Sul a 25 de julho para participar na cimeira dos BRICS, ao lado do líder russo Vladimir Putin.

Taylor considera que o itinerário diversificado mostra que a liderança chinesa visa "espalhar amor", de modo a impulsionar a influência de Pequim na região.

"A forma como a China, de maneira bastante singular, trata todos os países de igual modo - pelo menos retoricamente e no processo diplomático - é muito apreciada na maioria dos países africanos, especialmente pelas elites políticas", sublinhou.
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