O vulcão da Ilha do Fogo, em Cabo Verde, entrou em erupção este domingo de manhã. O incidente já levou o Governo local a decretar “situação de contingência” nas ilhas do Fogo e de Brava. Até ao momento, não há vítimas a registar.
Segundo as autoridades cabo-verdianas, a explosão e a lava começaram a brotar de uma cratera próxima da que se abriu em 1995, quando ocorreu a última erupção.
A última erupção do vulcão na ilha do Fogo ocorreu a 02 de abril de 1995, e teve a duração de um mês, destruindo centenas de casas e de culturas, mas sem provocar vítimas mortais.
Segundo a agência Lusa, a partir das últimas horas de sábado, a população de Chã das Caldeiras começou a sentir vários abalos na vasta planície que cerca as zonas dos agora três vulcões, tendo dado disso conta às autoridades locais, a quem acusam de terem respondido tarde ao problema. Uma crítica considerada "sem fundamento" pela ministra da Administração Interna.
O fumo que sai da cratera está a aumentar de intensidade e a ganhar altitude. Mas as condições atmosféricas e o vento que se fazem sentir deverá afastar o fumo das ilhas de Santiago e de Brava.
Governo decreta situação de contingência
O Governo de Cabo Verde emitiu este domingo uma declaração de contingência, na sequência desta erupção vulcânica. Segundo o comunicado das autoridades cabo-verdianas, esta situação engloba os municípios das ilhas do Fogo e de Brava, não sendo ainda possível fazer uma definição temporal.
Segundo a ministra Marisa Morais, pode-se estar perante uma erupção de “grande intensidade”, que poderá mesmo ser superior à que foi registada em 1995.
Foi dada ordem de evacuação da localidade de Chã das Caldeiras, no sopé do vulcão. A ordem motivou a resistência de alguns populares que, aos poucos, acabaram por aceder e cumprir as ordens da polícia.
“Todas as cautelas são poucas e ninguém deve entrar em pânico”, afirmou a ministra da Administração Interna.
Autoridades apelam à calma
O Presidente e o primeiro-ministro de Cabo Verde apelaram à calma na sequência da erupção vulcânica na ilha do Fogo e garantiram que estão a ser tomadas todas as medidas para garantir a segurança das populações. Em declarações aos jornalistas, os chefes do Estado, Jorge Carlos Fonseca, e do Governo, José Maria Neves, pediram às populações para seguirem as instruções das autoridades competentes e que as cumpram "com calma e serenidade".
Erupção era "previsível", diz vulcanólogo
O vulcanólogo que coordenou as operações durante a erupção de 1995 considera que esta nova erupção era "previsível", uma vez que o vulcão já dava sinais disso há algum tempo.
Segundo a agência Lusa, Mota Gomes considera que o vulcão já dava indicações que "mais tarde ou mais cedo" entraria em erupção, não especificando porque não alertou as autoridades.
(c/Lusa)