Cerca de 1.600 hectares de arroz e 295 hectares de culturas de milho em seis municípios de Timor-Leste foram danificados pelo recente ciclone Seroja, segundo dados recolhidos em voos de avaliação do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM).
Entre 16 e 21 de abril, o PAM realizou, com o apoio da Mission Aviation Fellowship (MAF), uma série de voos de avaliação, em nome do Governo timorense, para determinar a extensão dos danos agrícolas e infraestruturais causados pelo ciclone Seroja.
O ciclone atingiu o país entre os dias 29 de março e 04 de abril, causando inundações e deslizamentos de terras, com particular expressão na capital Díli e nas zonas baixas circundantes, e provocou pelo menos 36 mortos e uma dezena de desaparecidos.
Os três voos de avaliação efetuados pelo PAM abrangeram Viqueque, Manatuto, Baucau, Manufahi, Ainaro, Covalima, Oecussi, Bobonaro e outros distritos, entre 16 e 21 de abril.
Segundo os dados preliminares desta avaliação, avançados pelo Ministério da Agricultura e Pescas de Timor-Leste, cerca de 1.600 hectares de arroz e 295 hectares de culturas de milho ficaram danificados, só em seis municípios.
"Após as inundações de 4 de abril, muitos esquemas de irrigação foram danificados, o que é muito devastador, uma vez que a maioria da nossa população é agricultora de subsistência. Estamos gratos ao PAM por intervir e nos apoiar na avaliação destes danos", disse o ministro da Agricultura e Pescas, Pedro Reis.
A partir da próxima semana, o PAM, juntamente com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), conduzirá uma missão de avaliação das culturas e da segurança alimentar para determinar os impactos globais das cheias na situação da segurança alimentar.
"Os voos fornecidos pela Mission Aviation Fellowship permitiram ao PAM e ao Governo avaliar os danos em dias, em vez de semanas, se o tivéssemos feito à maneira antiga", disse o diretor do PAM para Timor-Leste, Dageng Liu, que se mostrou satisfeito com o contributo desta parceria para "a recuperação do país das inundações devastadoras".
Nestas avaliações aéreas têm participado representantes superiores do secretário de Estado da Proteção Civil, o Ministério da Agricultura e Pescas, o Ministério do Planeamento e Território, o Ministério das Obras Públicas e a ONU.
Segundo o secretário de Estado da Proteção Civil, Joaquim Martins, o apoio logístico do PAM permitiu a distribuição de materiais de socorro que salvaram vidas humanas às famílias afetadas pelas cheias, no prazo de 48 horas.
"Estas avaliações aéreas são fundamentais para nos ajudar a compreender a verdadeira extensão dos danos não só em Díli, mas também noutros distritos. Com a informação gerada, podemos então determinar as nossas necessidades, estabelecer prioridades, e conceber intervenções a avançar", disse Joaquim Martins.