Um vídeo colocado a circular nas redes sociais a 27 de março mostra voluntários militares ucranianos a torturarem prisioneiros russos. As imagens foram estudadas e cruzadas com outros dados e o Le Monde conseguiu aferir a autenticidade das imagens. Nelas também se pode ver a presença de voluntários do batalhão Slobozhanshchyna.
O batalhão tem parecenças com o batalhão Azov mas com muito menor protagonismo. O líder, Andri Ianholenko, foi afastado por acusações de abuso de poder e mau uso de fundos e o batalhão terminou. Mas Ianholenko voltou a reunir o grupo aquando do início da invasão russa.
No vídeo há três prisioneiros e os três são baleados nas pernas. Trata-se de atos considerados tortura e proibidos pela Convenção de Genebra, que estabelece regras a serem respeitadas com soldados inimigos que sejam capturados. A convenção diz que os prisioneiros devem ser protegidos como se fossem soldados nacionais e, se necessário, terão de ser tratados.
De acordo com a análise do Le Monde o vídeo parece ter sido gravado a 26 de março, com os acontecimentos a terem lugar em Mala Rohan, a poucos quilómetros de Kharkiv, uma das principais cidades atacadas pelos russos.
Este é um vídeo que tem sido usado pela propaganda pró-russa para mostrar atos de vingança ucranianos contra as tropas invasoras. O Monde tentou contactar o líder do batalhão Slobozhanshchyna, Andri Ianholenko, que reagrupou o batalhão no início da invasão russa a 24 de fevereiro.