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Vistos como navios militares. Moscovo adverte navios mercantes que se aproximem da Ucrânia

por RTP
Reuters

É um aviso para valer a partir de amanhã. Os países ligados aos navios que se aproximarem da Ucrânia serão considerados por Moscovo como parte integrante no conflito e os próprios navios serão vistos como "potenciais vasos de guerra".

A Rússia fez hoje saber que a partir desta quinta-feira vai considerar como "potenciais barcos militares" os navios que se puserem a caminho da Ucrânia no Mar Negro. Os países dos pavilhões hasteados nesses navios serão vistos como parte do conflito.

Todos os navios que navegam em águas do Mar Negro com destino a portos ucranianos serão considerados como navios potencialmente transportando carga militar”, declara o Ministério russo da Defesa num comunicado onde se pode ler que “os países de bandeira desses navios serão considerados como partes interessadas no conflito”.

Desde que expirou esta segunda-feira o acordo para a exportação de cereais ucranianos firmado em julho do ano passado sob os auspícios das Nações Unidas e da Turquia, Moscovo lançou vários ataques na região de Odessa, um dos mais importantes portos do Mar Negro.

A Ucrânia mostrou-se disposta a tentar prosseguir com os carregamentos de cereais a partir do Mar Negro, referindo à agência da ONU para as operações marítimas, a Organização marítima Internacional, ter "decidido estabelecer temporariamente uma rota marítima recomendada".

Um anúncio agora colocado em causa por Moscovo.

O Ministério da Defesa da Rússia não adiantou que medidas serão tomadas contra os navios que ousem desafiar as ordens de Moscovo.


A Rússia declarou igualmente as águas internacionais a sudeste e a nordeste do Mar Negro como temporariamente inseguras para a navegação, sem acrescentar detalhes sobre quais as áreas especificas que seriam afetadas.
Seguradoras cancelam coberturas

Na sequência da insegurança agora instalada na região, várias seguradoras começaram a encerrar atividade e a retirar-se da zona.

No prazo de um ano tinham sido transportados pelo Mar Negro 33 milhões de toneladas de cereais ucranianos, mas agora, com a não renovação do acordo, várias seguradoras puseram um ponto final na cobertura de riscos na área.

“Parámos de cobrir viagens" para os três portos do corredor: Odessa, Chornomorsk e Yuzni, revelou à AFP Frédéric Denefle, diretor-geral do grupo Garex, com sede na França e especialista em seguros de risco de guerra.

Se é “difícil identificar o que os concorrentes estão a fazer (...) o certo é que todo o mercado vê agora um perigo adicional neste momento em que o corredor está suspenso e que será muito mais difícil garantir os seguros”, acrescentou este segurador. Seja como for, “já não temos armadores prontos a ir até lá”.

Fonte próxima da corretora londrina Marsh disse à France Presse que a cobertura da seguradora Ascot estava “atualmente suspensa”. Referiu a Marsh à agência AFP estar a “explorar todas as opções para continuar a garantir essas exportações (de cereais da Ucrânia) fundamentais para a segurança alimentar global”.
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