Antoni Gaudí, conhecido também como "arquiteto de Deus", dedicou mais de 40 anos ao trabalho pioneiro na criação da maior igreja católica romana do mundo – a basílica da Sagrada Família, em Barcelona.
No início desta semana que antecede a Páscoa, o Vaticano deu conta, em comunicado, que o papa Francisco assinou vários decretos. Um deles diz respeito ao reconhecimento das "virtudes heróicas" de Gaudí.
Este documento abre agora caminho ao processo de canonização do arquiteto catalão que nasceu a 25 de junho de 1852 e morreu a 10 de junho de 1926, em Barcelona.
Na Igreja Católica, os passos para a santidade são: tornar-se servo de Deus, depois venerável, abençoado e, finalmente, santo.
O próximo passo no processo para Gaudí se tornar santo passa por um tribunal determinar se foi atribuído ao autor da Sagrada Família algum milagre para além do milagre da criação da própria catedral. Será depois necessário um segundo milagre para que seja concluída a beatificação.
Ou seja, uma vez declarado "venerável servo de Deus", título dado a uma pessoa falecida que é reconhecida por ter "vivido as virtudes de maneira heróica", Gaudi terá que ser declarado beato e só depois santo.
A construção da Sagrada Família começou em 1882, mas o projeto, conhecido por suas imponentes torres góticas, permanece inacabado mesmo depois de Gaudí ter dedicado os últimos 12 anos da sua vida, exclusivamente à basílica.
Apesar de leigo, a Santa Sé permitiu que Gaudí fosse sepultado na Sagrada Família, a igreja que projetou.
Estimou-se que a obra fosse concluída até 2026, centenário da morte de Gaudí. Porém, a data prevista foi adiada indefinidamente, após a pandemia de covid-19 reduzir a receita turística usada para financiar a construção.