O candidato Carlos Vila Nova, que reivindicou vitória nas presidenciais de São Tomé e Príncipe, anunciou hoje a intenção de "rever algumas coisas", após o imbróglio jurídico e político que atrasou o processo eleitoral em quase um mês.
Numa declaração à imprensa na sede de candidatura, em Santarém, nos arredores da capital são-tomense, Vila Nova manifestou-se preocupado com a abstenção desta segunda volta, superior à da primeira, em 18 de julho, e que foi de 31,6%.
"É preciso reconhecer que ela foi devida ao longo período de arrastamento deste processo. As pessoas sentiram-se cansadas", comentou.
O processo eleitoral prolongou-se por quase um mês devido a um impasse no Tribunal Constitucional sobre um pedido de recontagem de votos feito pelo terceiro classificado na primeira volta, Delfim Neves, a que se seguiu um diferendo político entre o parlamento e o Presidente cessante sobre a competência para a marcação da segunda volta.
"Este cansaço, premeditado ou não, prejudicou a democracia. E agora juntos, comigo e com os outros representantes das instituições oficiais, os órgãos de soberania, temos de facto que rever algumas coisas, corrigir o que foi menos bem feito", considerou Vila Nova.
"Aprendi muito. Foi uma grande aprendizagem e com tudo quanto aprendi eu estarei disponível para dar esta contribuição e melhorar todo este fenómeno, porque o que está previsto na lei tem que ser respeitado e a lei é para ser respeitada por todos", disse, garantindo que, enquanto Presidente da República, não hesitará "em nenhum momento fazer cumprir e respeitar a Constituição e as leis da República".
As projeções divulgadas pela rádio nacional são-tomense (RNSTP), que está a acompanhar a contagem dos votos, na noite de domingo, atribuíram a Vila Nova um resultado de 57,3%, a Guilherme Posser da Costa 42,6% e uma abstenção de 38,3%.
Nesta segunda volta, Vila Nova, ex-ministro, foi apoiado apenas pela ADI, enquanto o adversário contou com o suporte de todos os partidos da chamada `nova maioria` (Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe -- Partido Social Democrata, Partido Nova Convergência e coligação UDD/MDFM).
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