O New York Times divulgou esta quinta-feira um vídeo em que o avião da Ukraine International Airlines é atingido pelo que o jornal norte-americano diz ser um míssil iraniano. Nas últimas horas, o primeiro-ministro canadiano veio garantir que há provas que confirmam esta tese, tal como foi avançado durante a tarde pelos serviços de segurança norte-americanos.
O vídeo, obtido pelo New York Times, mostra o momento em que o avião ucraniano terá sido abatido por um míssil, pouco depois de descolar do aeroporto internacional de Teerão.
Nas imagens é possível ver um embate, seguido de um clarão. Segundos depois, ouve-se um forte barulho que terá sido provocado pela queda do avião.
O jornal diz ter "obtido e verificado" a autenticidade do vídeo, gravado a partir de Parand, na província de Teerão. O New York Times acrescenta que foi a sobrevoar esta zona que o avião deixou de transmitir qualquer sinal antes de cair.
Nas últimas horas, o primeiro-ministro canadiano revelou que os serviços secretos do país indicam que um míssil iraniano provocou a queda do avião da Ukraine International Airlines.
"Temos informação de múltiplas fontes, incluindo dos nossos aliados e as nossas próprias informações. As provas indicam que o avião foi abatido por um míssil terra-ar iraniano", afirmou Justin Trudeau em conferência de imprensa.
O primeiro-ministro canadiano acrescentou que a ação "pode ter sido intencional". "Estas novas informações reforçam a necessidade de uma investigação aprofundada sobre esta matéria", disse Trudeau.
"Guerra psicologica" contra o Irão
Em resposta a estas declarações, Teerão já veio pedir ao Canadá para partilhar a informação obtida sobre o desastre com o avião ucraniano.
"Pedimos ao primeiro-ministro canadiano e a outros Governos que tenham informação sobre o acidente que a partilhem com o comité de investigação no Irão", disse Abbas Mousavi, porta-voz do Ministério iraniano dos Negócios Estrangeiros.
Num comunicado citado pela televisão estatal iraniana, o Governo negou que o avião tenha sido atingido por um míssil.
"Todas estas informações fazem parte de um guerra psicológica contra o Irão. Todo os países que tinham cidadãos a bordo do avião podem enviar representantes e instamos a Boeing a enviar os seus representantes para participar no processo de investigação das caixas negras", diz o comunicado, citado pela agência Reuters.
O aparelho da Ukranian International Airlines despenhou-se na última quarta-feira em Teerão poucos minutos depois de ter descolado, tendo provocado as mortes de todos os ocupantes.
No total, morreram 176 pessoas, entre passageiros e tripulantes que estavam a bordo, a maioria de nacionalidade iraniana e canadiana.
A bordo seguiam ainda nacionais da Ucrânia, Suécia, Afeganistão, Alemanha e Reino Unido.
O acidente aconteceu horas depois do lançamento de mísseis iranianos
contra duas bases da coligação internacional liderada pelos Estados
Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque.
Este ataque foi apresentado pelo Irão como ação de "retaliação" pela morte do general Qassem Soleimani, na última sexta-feira, na sequência de um ataque aéreo no aeroporto internacional de Bagdade, ordenado por Donald Trump.