Vídeo desmente Israel. Jornalista palestiniana não foi morta devido a situação de tiroteio
Um vídeo verificado pela Al Jazeera mostra que a zona de Jenin onde foi assassinada Shireen Abu Akleh não estava a ser local de combates nos momentos antes de a jornalista ter sido atingida com uma bala na cabeça. Os israelitas acusaram os palestinianos de serem os autores dos disparos, alegando haver intensos combates na área.
Assim que os primeiros tiros foram disparados, as pessoas que se encontram mais atrás fugiram na direção oposta de onde se encontravam as forças israelitas. A imagens mostram Shireen Abu Akleh já no chão, depois de ter sido atingida.
New video shows that moments before Al Jazeera journalist Shireen Abu Akleh was killed by Israeli occupation forces the scene was calm and quiet - contradicting Israeli officials' claims there was fighting in the area ⤵️ pic.twitter.com/RSLjVKPIzU
— Al Jazeera English (@AJEnglish) May 20, 2022
Inicialmente, ambos os países se manifestaram dispostos a levar a cabo a sua própria investigação sobre os acontecimentos de 11 de maio nos territórios ocupados da Palestina, mas Israel recuou nessa intenção. Entretanto, esta quinta-feira um oficial do exército israelita disse que foi identificada a alegada arma usada para atirar sobre a jornalista, acrescentando que não podem ser adiantadas mais conclusões por as autoridades palestinianas se terem recusado a entregar a bala.
Os palestinianos já fizeram saber que não vão entregar essa bala.
No entanto, investigadores do grupo israelita de direitos humanos B’Tselem verificaram as imagens e perceberam que as mesmas foram gravadas a 300 metros do local onde foi morta Shireen, sem qualquer sítio onde se possa ver o local onde a jornalista foi atingida.
Ontem, os media israelitas confirmaram que as autoridades de Israel já não tinham qualquer plano para investigar a morte da jornalista. O Haaretz noticiou que a polícia israelita de investigação criminal acredita que investigar a morte de Shireen Abu Akleh pode fazer erguer movimentos oposicionistas dentro da sociedade israelita.
Vários legisladores norte-americanos pediram uma investigação ao FBI. A família da jornalista também quer respostas e já pediu ajuda ao governo dos Estados Unidos e à comunidade internacional para que seja levada a cabo uma investigação independente.