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Vida na Terra é mais antiga do que se pensava

por Lusa
Vida na Terra é quase 1,5 mil milhões de anos mais antiga do que se pensava Ana Sofia Rodrigues - RTP

Uma nova análise científica com base num catálogo que regista dados mundiais fósseis de ossos e conchas defende que a vida surgiu há quase dois mil milhões de anos.

O novo catálogo mostra as oscilações no número de espécies da vida antiga e permite saber como os animais evoluíram e se extinguiram nos últimos 500 milhões de anos.

O trabalho, cujos pormenores foram publicados na quinta-feira na revista Science, é uma análise de alta resolução da diversidade global do Proterozoico, entre 2,5 e 539 milhões de anos atrás, quando a vida (principalmente pequenos organismos e esponjas que não conseguiram desenvolver esqueletos minerais) deixou menos vestígios fósseis para estudo.

O registo foi feito pelo Instituto Politécnico da Universidade da Virgínia e realizado em colaboração com investigadores das academias de ciências russa e chinesa, e das universidades da Califórnia em Santa Barbara, Princeton, Missouri e Califórnia Riverside.

A equipa analisou especificamente os registos de antigos eucariotas marinhos, organismos cujas células contêm um núcleo.

Os primeiros eucariotas evoluíram mais tarde para os organismos multicelulares a que se atribui o início de uma nova era de vida na Terra: animais, plantas e fungos.

"Esta é a análise mais completa e atualizada deste período até à data e, mais importante ainda, utilizámos um programa de correlação gráfica que nos permitiu obter uma maior resolução temporal", explica um investigador.

A nova análise revela que, embora as espécies antigas tenham evoluído mais lentamente e durado mais tempo, o ritmo da evolução acelerou após as glaciações globais.

O estudo conclui que os primeiros eucariotas surgiram há não mais de 1,8 mil milhões de anos e evoluíram gradualmente até atingirem um nível estável de diversidade entre cerca de 1,45 mil milhões e 720 milhões de anos, um período conhecido como "mil milhões aborrecidos", em que as taxas de renovação das espécies eram notavelmente baixas.

Os autores acreditam que, no futuro, os cientistas poderão utilizar este novo registo para responder a todas estas questões e compreender melhor a complexa interação da vida na Terra e da própria Terra.

 

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