As temperaturas continuam a aumentar e agosto de 2024 foi o mês de agosto mais quente do mundo, a par com o mesmo período em 2023, registando temperatura média global de 1,51ºC acima do nível pré-industrial. Os dados foram divulgados esta sexta-feira pelo Copernicus, que indica que as temperaturas europeias estiveram acima da média nas regiões sul e leste da Europa, mas foram registados valores abaixo da média na costa oeste de Portugal.
Segundo os dados apresentados, o mês passado de agosto teve uma temperatura a nível global de 1,51ºC acima do nível pré-industrial. Além disso, foi o 13º mês, num período de 14 meses, em que “a temperatura média global do ar na superfície excedeu 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais”.
Ainda a nível global, a temperatura média dos últimos 12 meses – de setembro de 2023 a agosto de 2024 – foi também “a mais alta já registada para qualquer período de 12 meses”: esteve 0,76ºC acima da média de 1991-2020 e 1,64ºC acima da média pré-industrial.
Já a nível europeu, o Programa Copernicus constatou que a temperatura média na Europa em agosto deste ano foi de 1,57ºC acima da média dos meses de agosto entre 1991 e 2020, o que o torna o “segundo agosto mais quente já registado” no continente.
Contudo, as temperaturas estiveram acima da média no sul e no leste da Europa, mas abaixo da média em regiões como o noroeste da Irlanda e do Reino Unido, na Islândia, na costa oeste de Portugal e no sul da Noruega.
Já fora do continente europeu, as temperaturas ficaram mais acima da média em regiões como o leste da Antártida, no Texas, no México, no Canadá, no nordeste da África, Irão, China, no Japão e na Austrália. Mas ficaram abaixo da média no “extremo leste da Rússia e Alasca, no leste dos Estados Unidos, em partes do sul da América do Sul, no Paquistão e no Sahel”.
Verão mais seco na Europa
A par das altas temperaturas, o Programa Copernicus apresentou também dados hidrológicos: o último mês de agosto foi “mais seco do que a média na maior parte da Europa continental, incluindo o sul do Reino Unido e a Irlanda, os Alpes, os Balcãs, o noroeste da Rússia e o leste da chamada Fino-Escandinávia, “com áreas no sul e leste a enfrentar secas e incêndios florestais”.
Contudo, regiões mais na costa norte da Europa continental, por exemplo, registaram-se precipitações acima da média e, em alguns casos, houve inundações e danos.
“O clima foi mais seco que a média no México e no sul da América do Norte, em regiões da Rússia, na China e na maior parte da América do Sul e do sul da África, com incêndios florestais no Canadá, na Sibéria e no Brasil”, adianta ainda o documento.
Agosto de 2024 foi, no entanto, mais chuvoso do que a média “no leste da América do Norte (parcialmente relacionado ao furacão Debby), Rússia central, leste da China e leste da Austrália”. Também o “subcontinente indiano foi atingido por chuvas de monções e pelo ciclone Asna” e as chuvas fortes provocaram “inundações no Sudão, Etiópia e Eritreia”.
O clima foi mais seco, durante o mês passado, foi registado no México e no sul da América do Norte, em regiões da Rússia, na China e na maior parte da América do Sul e do sul da África, com incêndios florestais no Canadá, na Sibéria e no Brasil. Temperaturas recorde do “verão boreal”
Chama-se ao verão do hemisfério norte do planeta de “verão boreal”, que começa com o solstício de verão em junho e termina com o equinócio de outono em setembro.
De acordo com o relatório do Programa Copernicus, a temperatura média global do verão boreal de 2024 foi a mais alta de sempre, registando-se valores 0,69ºC acima da média para esses três meses e superando o recorde anterior do período de junho a agosto de 2023. No caso concreto da Europa, a temperatura média no verão este ano foi a mais elevada para a estação: 1,54ºC acima da média e ultrapassando o recorde de 2022.
Este verão foi predominantemente mais chuvoso do que a média no oeste e no norte da Europa. Já na região do Mediterrâneo e da Europa Oriental registaram-se condições mais secas do que a média durante toda a temporada.
As informações sobre registos e impactos nacionais são baseadas em relatórios nacionais e regionais, analisado pelo Programa Copernicus - componente do programa espacial da União Europeia, com financiamento da UE, e é principal programa de observação da Terra, que opera por meio de seis serviços temáticos: Atmosfera, Mar, Terra, Mudanças Climáticas, Segurança e Emergência.