Vários países europeus manifestaram nas últimas horas apoio a Juan Guaidó, incluindo Portugal. Posições que levaram Nicolás Maduro a prometer uma revisão transversal das relações externas. Acompanhámos nas últimas horas, ao minuto, a situação na Venezuela e as reações mundiais. Veja aqui o filme do dia.
Carmelo Abela diz que as novas sanções devem aplicadas a pessoas individuais e não a situações que possam enfraquecer a economia do país.
"É fundamental Portugal reconhecer, no quadro europeu e de um país democrático, quem tem poder democrático na Venezuela, quem foi eleito e, neste caso, a Assembleia Nacional e o seu presidente", declarou o presidente do Governo Regional da Madeira.
Gracias al Gobierno de Portugal por su respaldo a esta solución pacífica a la crisis en Venezuela.
— Juan Guaidó (@jguaido) 4 de fevereiro de 2019
Nuestra lucha es por el rescate de la democracia, la ayuda humanitaria inmediata y la reconstrucción del país.#EuropaEstáConVzla https://t.co/dVPwcJnZyF
Considerando que "valeu a pena" ameaçar a liderança do Presidente Nicolás Maduro, o também líder da oposição venezuelana pediu ainda o rápido reconhecimento da União Europeia.
"Certamente não haverá uma declaração comum da UE porque alguns Estados-Membros se opõem", revelou o chefe da diplomacia espanhola Josep Borrell, durante uma conferência de imprensa em Bruxelas.
A agência France-Presse confirmou junto de quatro fontes diplomáticas que será impossível adotar uma declaração conjunta, porque a Itália se recusou a endossar o texto do projeto. A Grécia também expressou reservas.
"A União Europeia adotou uma posição comum há dez dias", disse a Alta Representante para a Política Externa da União Europeia, a italiana Federica Mogherini.
"Não havia necessidade de ter um novo" comunicado, justificou outra fonte diplomática.
"A maior parte desses fundos irá para parceiros confiáveis e países vizinhos, para ajudá-los a apoiar a Venezuela e os venezuelanos", explicou Trudeau. "Hoje, o Grupo Lima envia uma mensagem clara de apoio ao povo venezuelano ao traçar seu próprio futuro", acrescentou.
Juan Guaidó enviou uma mensagem em vídeo, expressando impaciência para ter "o mais rápido possível eleições livres e justas para restaurar a democracia na Venezuela".
"Os venezuelanos estão muito perto de recuperar sua liberdade", acrescentou.
A iniciativa quer "estabelecer as bases de um novo mecanismo de diálogo que, com a inclusão de todas as forças venezuelanas, contribua para devolver a paz e a estabilidade ao país".
"Acreditamos firmemente que a única maneira de superar essas diferenças é através do diálogo político", tinha afirmado o ministro das Relações Exteriores, Georges Katrougalos, a 29 de janeiro.
Também a Bélgica se absteve de utilizar a palavra "reconhecimento".
"Apoiamos @jguaido na sua missão de organizar eleições livres e transparentes, permitindo que as pessoas se expressem livremente e conduzam à reconciliação na Venezuela", escreveu o chefe da diplomacia belga Didier Reynders na rede social Twitter.
Nous soutenons @jguaido dans sa mission d’organiser des élections libres et transparentes, permettant à la population de s’exprimer librement et de mener à la réconciliation au #Venezuela
— didier reynders (@dreynders) 4 de fevereiro de 2019
Nous soutenons le Groupe de contact, créé avec l’#UE, dans cette période de transition.
O Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros defendeu uma conciliação entre "todos os partidos" (venezuelanos). A China e a Venezuela "cooperam pragmaticamente há muito tempo", "independentemente de como a situação evoluir, nada disso será afetado", afirmou o porta-voz Geng Shuang.
Nicolás Maduro conta ainda com o apoio de Cuba, Bolívia e Turquia.
15h35 - PCP condena reconhecimento de presidente "fantoche"
Os comunistas portugueses entendem o apoio como "uma intolerável afronta à soberania e independência da República Bolivariana da Venezuela, ao povo venezuelano, à Carta das Nações Unidas e ao Direito Internacional".
O PCP defende que não é com "o alinhamento com aqueles que são responsáveis por tentativas de golpes de Estado, violência e terrorismo, sanções e bloqueio económico, confiscação ilegal de bens e recursos financeiros da Venezuela ou por provocações junto à sua fronteira a coberto de uma dita `ajuda humanitária`, assim como com a ameaça de intervenção militar reafirmada por Trump, que se defenderão os interesses do povo venezuelano e do povo português, incluindo da comunidade portuguesa naquele país".
O Governo de Nicolás Maduro promete entretanto "rever integralmente" as relações com o conjunto de países europeus que reconheceram Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.
Em comunicado, o Executivo venezuelano afirma que esta posição se manterá enquanto os países em causa não procederem a "uma retificação que descarte o seu respaldo aos planos golpistas".
Em nota enviada às redações, o partido de Assunção Cristas "regista positivamente a posição assumida pelo Governo português de reconhecer a legitimidade de Juan Guaidó como presidente interino, com o encargo de realizar novas eleições presidenciais na Venezuela".
"Esta posição, que o CDS foi o primeiro a pedir, é acompanhada pelo Senhor Presidente da República e reconhece a legitimidade democrática e constitucional de Juan Guaidó para organizar novas eleições, livres e democráticas, de forma a garantir a transição pacífica na Venezuela", acrescenta.
O CDS-PP "acompanha ainda, atentamente, a situação dos portugueses e luso-descendentes na Venezuela, que são a nossa primeira preocupação".
14h41 - Países do Báltico com Guaidó
Estónia, Letónia e Lituânia reconhecem também a presidência interina de Juan Guaidó e manifestam o desejo de ver marcadas eleições presidenciais "limpas e democráticas" na Venezuela.
O presidente da Assembleia Nacional venezuelana tem estado a agradecer na sua conta no Twitter, uma a uma, as posições assumidas pelos países europeus.
Ao início da tarde, Juan Guaidó ainda não tinha feito qualquer referência ao reconhecimento de Lisboa.
14h20 - Líderes europeus cerram fileiras por Guaidó
Ao longo da manhã desta segunda-feira, os países europeus foram reconhecendo Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. Todos são unânimes no pedido de marcação de eleições livres e democráticas.
O chefe do Executivo espanhol anunciou mesmo que vai contactar as principais instituições europeias e também os governos iberoamericanos para procurar uma solução para o país.
14h11 - "Rejeição absoluta"
Em direto de Caracas, o enviado especial da RTP Hélder Silva resumiu a forma como os campos pró-Nicolás Maduro e pró-Juan Guaidó estão a encarar as sucessivas declarações de reconhecimento do presidente da Assembleia Nacional da Venezuela como líder interino do país.
O ultimato, por parte de vários países europeus, no sentido da marcação de eleições no espaço de oito dias mereceu "rejeição absoluta" por parte de Maduro.
13h59 - Aliança saúda reconhecimento da "legitimidade constitucional" de Guaidó
A Comissão Instaladora Nacional do partido, fundado pelo ex-líder do PSD Pedro Santana Lopes, revelou apoiar a posição de defesa de "rápida convocação de eleições presidenciais livres e democráticas" na Venezuela.
"Tendo presente a importante comunidade portuguesa, a Aliança espera que o Governo português e a própria União Europeia saibam pautar a sua ação tendo em conta a segurança e as condições de vida da nossa comunidade na Venezuela", refere o partido em comunicado.
"O PS apoia a posição do Governo português de proceder ao reconhecimento político de quem está em condições de legitimidade para poder convocar eleições de acordo com a Constituição da Venezuela. Juan Guaidó, na qualidade de presidente interino da Venezuela, é o único que tem neste momento legitimidade para concretizar um processo transição pacífica, tendo em vista a realização de eleições", declarou Maria Antónia Almeida Santos.
Em declarações à agência Lusa, Maria Antónia Almeida Santos considerou essencial "esta solução para superar o atual impasse" na Venezuela, "devolvendo ao povo a escolha livre e pacífica" do novo poder.
"Infelizmente, a Venezuela está a viver momentos muito difíceis e nós temos a obrigação de proteger a comunidade portuguesa apoiando um processo de transição pacífica", apontou a porta-voz do PS.
"Enviei uma carta ao Papa Francisco", revelou Nicolás Maduro numa entrevista concedida em Caracas ao canal de TV italiano SkyTG24. "Eu disse-lhe que estou a serviço da causa de Cristo (...) e, nesse espírito que eu pedir-lhe ajuda em um processo de facilitação e fortalecimento do diálogo", declarou o antigo sindicalista, que foi também motorista de autocarros, além de ministro dos Negócios Estrangeiros.
"Os governos do México e do Uruguai, todos os governos caribenhos e bolivianos pediram uma conferência de diálogo para o dia 7 de fevereiro", acrescentou.
"Eu peço ao Papa para fazer os seus melhores esforços, para nos ajudar no caminho do diálogo; espero receber uma resposta positiva", apelou Maduro, de 56 anos.
A União Europeia e o Uruguai anunciaram que a primeira reunião do grupo de contato para promover a organização de novas eleições na Venezuela vai decorrer quinta-feira em Montevideu.
O presidente dos Estados Unidos considera que a intervenção militar na Venezuela é "uma opção", declarou em entrevista ao prgrama Face the Nation, do canal televisivo CBS.
Donald Trump revelou que o atual Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro pediu há meses uma reunião.
"Eu recusei porque ainda falta muito para esss processo", declarou. "Acho que o processo está em curso", acrescentou.
Na semana passada, o governo Trump impôs sanções à empresa petrolífera estatal venezuelana, uma importante fonte de receita para aquele país da América Latina.
Após estas declarações, o Presidente Sergio Mattarella instou o Governo a superar as suas diferenças e adotar uma posição oficial sobre a crise na Venezuela."Devemos demonstrar a responsabilidade e clareza com uma linha comum seguida por todos os nossos parceiros e aliados da União Europeia", afirmou Mattarella.
A postura de Roma impede uma tomada de posição mais firme de Bruxelas em relação a Caracas, de acordo com a imprensa internacional.
Di Maio, um dos vice-presidentes do Governo italiano, justificou a recusa em reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela, porque "não foi eleito pelo povo".
Questionado pela RTP sobre um plano de contingência para fazer regressar os emigrantes portugueses na Venezuela, Santos Silva não vê "nenhuma vantagem em pormenorizar" medidas "sob pena de lhes diminuir a eficácia".
"O melhor plano de contingência" é "haver uma solução para a crise política" em Caracas, defendeu Santos Silva.
"O povo venezuelano merece um futuro melhor, já sofreu o suficiente e o regime de Maduro deve acabar. É hora de eleições livres e justas", disse o porta-voz da primeira-ministra Theresa May aos jornalistas.
"Estamos a analisar os próximos passos para garantir a paz e a democracia na Venezuela, inclusive através de sanções", acrescentou.
Stef Block termina a mensagem no Twitter com o desejo de que "a liberdade e a democracia voltem à Venzuela o mais rápido possível".The eight-day period to call for free democratic and transparent elections in Venezuela expired today. The Kingdom of the Netherlands recognizes @jguaido as interim-President of Venezuela. We want freedom and democracy to return to Venezuela asap. https://t.co/RCQNxbdDTu
— Stef Blok (@ministerBlok) 4 de fevereiro de 2019
Shinzo Abe estava ao lado da chanceler alemã Angela Merkel, que se encontra no Japão para uma visita de dois dias, quando reconheceu Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.
Merkel está a promover uma "aliança de multilateralistas" para resistir à estratégia comercial "America First" do Presidente Donald Trump e à China.
"Esperamos que este processo seja feito de forma rápida e pacífica", acrescentou Merkel.
Les Vénézuéliens ont le droit de s’exprimer librement et démocratiquement. La France reconnaît @jguaido comme « président en charge » pour mettre en œuvre un processus électoral. Nous soutenons le Groupe de contact, créé avec l’UE, dans cette période de transition.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) 4 de fevereiro de 2019
Denmark recognises the President of the National Assembly @jguaido as the interim President of #Venezuela until new free and democratic elections take place. Applaud similar statements from key EU partners. Important EU statement coming up #dkpol
— Anders Samuelsen (@anderssamuelsen) 4 de fevereiro de 2019
Anders Samuelsen, que vai reunir-se mais logo os homólogos em Bruxelas, "aplaude declarações idêntidas" de congéneres. Neste domingo, o chefe da diplomacia dinamarquesa já tinha declarado o apoio a Juan Guaidó.
Just talked to @jguaido and expressed Denmark’s full support for the Venezuelan people’s struggle for democracy. A good conversation with an incredibly courageous man. Last chance for the corrupt Maduro regime to choose the path of democracy. #dkpol #VenezuelaLibre #freedom
— Anders Samuelsen (@anderssamuelsen) 3 de fevereiro de 2019
Em declarações na rádio sueca, a ministra sueca dos Negócios Estrangeiros avançou que Estocolmo e a União Europeia - que deverá emitir um comunicado até ao final do dia - consideram Juan Guaidó presidente interino legítimo da Venezuela.
"Na situação atual, apoiamos e consideramos Guaidó como presidente legítimo interino", declarou Margot Wallstrom.
Wallstrom afirmou que a União Europeia está unida na rejeição dos resultados das eleições realizadas na Venezuela no ano passado e na defesa de novas sanções adequadas.
Depois da declaração do presidente do Governo espanhol, seguiram-se tomadas de posição análogas, em diferentes plataformas, por parte dos governos britânico, austríaco e francês.
Nicolas Maduro has not called Presidential elections within 8 day limit we have set. So UK alongside European allies now recognises @jguaido as interim constitutional president until credible elections can be held. Let’s hope this takes us closer to ending humanitarian crisis
— Jeremy Hunt (@Jeremy_Hunt) 4 de fevereiro de 2019
O ministro francês dos Negócios Estrangeiros declara, em entrevista à rádio France Inter, que o líder da oposição, de 35 anos, tem o direito de organizar novas eleições.El régimen de #Maduro se ha negado hasta la fecha a aceptar unas elecciones presidenciales libres y justas. Por este motivo, consideramos desde este momento al Presidente @jguaido como Presidente interino legítimo de conformidad con la Constitución venezolana.
— Sebastian Kurz (@sebastiankurz) 4 de fevereiro de 2019
"Jean-Yves Le Drian : "Juan Guaido est habilité à provoquer des élections présidentielles" au Venezuela" sur https://t.co/6jMN6GyRWH via @franceinter https://t.co/6jMN6GyRWH
— Jean-Yves Le Drian (@JY_LeDrian) 4 de fevereiro de 2019
9h08 - Sánchez reconhece Guaidó
Pelas 9h00, a partir de Madrid, o presidente do Governo espanhol tornava-se o primeiro líder político da União Europeia a reconhecer Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.
Isto depois de se ter esgotado o prazo de oito dias dado a Nicolás Maduro para que convocasse eleições presidenciais.
Em entrevista ao canal televisivo espanhol La Sexta, Maduro sustentou que "Donald Trump impôs ao Ocidente uma política equivocada” sobre a Venezuela e asseverou: “Não vamos submeter-nos”.
O Presidente da Venezuela rejeitou nestes termos a possibilidade de abandonar o poder ou de convocar novas eleições presidenciais, afiançando que não aceita “ultimatos de ninguém”.
Questionado pelo jornalista Jordi Évole sobre se em algum momento pensou sair de cena, após presidente da Assembleia Nacional se ter autoproclamado, no passado dia 23 de janeiro, presidente interino da Venezuela, Maduro respondeu que não tem razões para tal.
“Mas porquê, se o povo me elegeu por seis anos? Creio que o que é bom para o meu país é que se respeite a Constituição. Eu sou o primeiro a fazê-lo, eu jurei respeitar e fazer respeitar a Constituição e é esse o meu dever”, devolveu.
“Temos experiência de 20 anos de luta, nós somos realmente uma força popular com carácter histórico, com um projeto e com a liderança do país”, sustentou.