Bogotá, 07 ago (Lusa) - O ministro de Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, disse hoje à Lusa que não há nenhuma informação sobre cidadãos portugueses investigados pelo atentado do último sábado contra o Presidente venezuelano Nicolás Maduro.
Santos Silva confirmou que agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência da Venezuela (SEBIN) entraram nas instalações do Hotel Pestana Caracas na madrugada de segunda-feira para realizar investigações "relacionadas com os acontecimentos que ocorreram na semana passada", quando Maduro foi forçado a abandonar uma cerimónia de celebração do 81.º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) após ocorrerem duas explosões.
"Não temos nenhuma informação sobre nenhum cidadão português ou luso-venezuelano envolvido, ou seja, objeto da investigação", disse Santos Silva à Lusa.
O chefe da diplomacia portuguesa afirmou ainda que as investigações do serviço de informações venezuelano continuam nesta terça-feira no Hotel Pestana Caracas, propriedade de portugueses, e que a gerência do estabelecimento "tem prestado colaboração com as autoridades" para facilitar o trabalho de investigação.
"O embaixador de Portugal em Caracas e, através dele, eu próprio, estamos a acompanhar para ter o máximo de informação possível para agir em defesa dos interesses portugueses e da comunidade portuguesa, se for necessário", disse Santos Silva, cujo gabinete em Portugal está encarregado de manter contacto frequente com o Grupo Pestana.
Funcionários do SEBIN estão a analisar a listagem dos hóspedes e vídeos das câmaras de segurança do hotel.
Os hóspedes foram realojados no Hotel Embassy Suites.
O ministro Augusto Santos Silva está em Bogotá, Colômbia, em representação de Portugal na cerimónia de posse do Presidente Iván Duque, que hoje à tarde assume o cargo.
Augusto Santos Silva tem ainda agendados encontros com representantes de empresas portuguesas e outros membros da comunidade portuguesa na Colômbia e proferirá uma conferência na Universidade dos Andes, sobre o tema "Fernando Pessoa: a pluralidade do sujeito".