Juan Guaidó pediu aos líderes políticos internacionais para manterem “todas as opções em aberto” e encontrou apoio no secretário de Estado norte-americano. No entanto, a Espanha rejeita apoiar uma intervenção militar estrangeira na Venezuela. Juan Guaidó e Mike Pence participam numa reunião do Grupo de Lima, esta segunda-feira, em Bogotá. António Guterres pede que não se faça uso da força sob qualquer circunstância.
Los acontecimientos de hoy me obligan a tomar una decisión: plantear a la Comunidad Internacional de manera formal que debemos tener abiertas todas las opciones para lograr la liberación de esta Patria que lucha y seguirá luchando.
— Juan Guaidó (@jguaido) 24 de fevereiro de 2019
¡La esperanza nació para no morir, Venezuela!
Entretanto, os veículos que não foram queimados regressaram ao centro de armazenamento na Colômbia, de onde Juan Guaidó chegou a participar numa partida simbólica.
We denounce Maduro’s refusal to let humanitarian assistance reach #Venezuela. What kind of a sick tyrant stops food from getting to hungry people? The images of burning trucks filled with aid are sickening. pic.twitter.com/bJ1Qsxkgx8
— Secretary Pompeo (@SecPompeo) 24 de fevereiro de 2019
Citado pela agência Efe, Mike Pompeo afirmou que os dias de Nicolás Maduro "estão contados” e que Washington “vai tomar medidas" para apoiar a democracia na Venezuela. Pompeo classificou de “trágico” o dia de sábado, por causa da violência que rodeou a entrada dos camiões com ajuda humanitária.
Foram disparados tiros e gás lacrimogéneo. As autoridades colombianas referem ainda 285 feridos e mais de 100 militares desertores.
A reunião vai decorrer em Bogotá, na Colômbia, país que tem sido uma das vozes mais duras contra o regime venezuelano. O presidente colombiano considera que os venezuelanos conseguiram a derrota moral e diplomática de Nicolás Maduro.
“A comunidade internacional tem a obrigação de apertar o cerco diplomático, porque uma ditadura que é capaz de queimar medicamentos e alimentos é a maior demonstração da brutalidade que está disposta a cometer para preservar o poder", declarou Iván Duque.
Guterres pede que não se faça uso da força
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) está “chocado e entristecido” com as mortes registadas, ontem, na Venezuela e apelou a que não se use "força letal em nenhuma circunstância".
Numa nota publicada no 'site' das Nações Unidas, o porta-voz de António Guterres garante que o secretário-geral da ONU "está a acompanhar com preocupação crescente a escalada de tensão na Venezuela".
"Ficou chocado e entristecido por saber que alguns civis perderam a vida no contexto dos acontecimentos de ontem (sábado). O secretário-geral apela a que a violência se evite a qualquer custo e a que a força letal não seja usada em nenhuma circunstância", lê-se ainda na nota.
O líder das Nações Unidas "apela à calma e insta todos os envolvidos a reduzir a tensão e desenvolver todos os esforços para evitar mais escaladas".
De acordo com ONU, a crise económica e social que afeta a Venezuela levou cerca de 3,4 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015. A população da Venezuela em 2016 era de aproximadamente 31,7 milhões de habitantes, incluindo cerca de 300 mil portugueses ou lusodescendentes.
UE pronta para aumentar ajuda humanitária
A União Europeia condenou a violência o recurso aos “coletivos” para impedir a entrada de ajuda humanitária na Venezuela. Bruxelas também está disponível para reforçar a ajuda humanitária na Venezuela.
Mogherini anunciou que a União Europeia está pronta para reforçar a verba destinada à Venezuela, que se situa atualmente em cerca de 60 milhões de euros, destinada a ajuda humanitária e ajuda ao desenvolvimento.
Notando que a crise na Venezuela tem origem política e institucional, Federica Mogherini conclui que a solução só poderá ser, também ela, política. “Reiteramos a nossa firme rejeição e a nossa condenação da violência e toda a iniciativa suscetível de desestabilizar ainda mais a região”, sublinhou.