Venezuela. Guaidó denuncia irregularidades nas legislativas de domingo

por Mário Aleixo - RTP
Juan Guaidó preocupado com as irregularidades que diz terem existido nas legislativas deste domingo Manaure Quintero - Reuters

O líder opositor e presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, disse nas últimas horas que a "fraude foi consumada" nas legislativas de domingo e anunciou que o parlamento continuará em funções até conseguir eleições presidenciais e parlamentares livres.

"A fraude foi consumada e a rejeição maioritária do povo da Venezuela foi evidente. Apesar da censura e da hegemonia comunicacional, a verdade não pôde ser escondida, a maioria da Venezuela virou as costas a Maduro (presidente da Venezuela) e à sua fraude", disse.

Mais de 20,7 milhões de venezuelanos foram no domingo chamados às urnas para eleger os 277 deputados que vão compor a nova Assembleia Nacional.

Numa mensagem ao país, divulgada em vídeo pela Internet, Guaidó defendeu que "só fazem fraude os que temem o povo, e Maduro, e o seu regime, perderam todo o apoio popular".
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"Nós, os que queremos mudanças na Venezuela, somos uma ampla maioria, e por isso não se atrevem a convocar eleições livres, por isso têm de controlar o árbitro (eleitoral), escolher os seus adversários, negar a observação internacional, extorquir um povo com fome e necessidade, dizendo que quem não vote, não come", afirmou.Situação repete-se e é conhecida
Segundo o líder opositor, as forças que apoiam a revolução bolivariana "sabem que nunca ganhariam uma eleição livre".

"Todos nós sabemos que os resultados foram preparados com dias de antecedência, com um falso Conselho Nacional Eleitoral, falsos candidatos (e) falsos opositores", disse.

Por outro lado, instou os venezuelanos a "salvar e resgatar" a Venezuela e advertiu que em 5 de janeiro (data de início de funções do novo parlamento), os apoiantes de Maduro "vão tentar retomar o palácio legislativo, como já o tentaram em janeiro de 2020 e também após a fraude da (Assembleia) Constituinte", "com armas, com paramilitares".

Guaidó explicou ainda que o foco da ação opositora é "conseguir uma solução através de eleições presidenciais e parlamentares livres, mobilizar o povo venezuelano através da consulta popular (que decorre de 7 a 12 de dezembro), para poder construir alternativas" e pedir "ajuda internacional para resgatar a democracia, responder à crise humanitária e acabar com os crimes que lesam a humanidade".

O novo parlamento entrará em funções em 5 de janeiro de 2021, dois anos depois de o líder opositor Juan Guaidó se ter autoproclamado presidente interino da Venezuela, prometendo convocar um governo de transição e marcar eleições livres e democráticas no país.
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