A Venezuela está disponível para receber o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, já depois das eleições presidenciais de 28 de julho, disse à Lusa fonte do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, no poder).
"Claro que sim. Aqui há uma grande comunidade portuguesa. Nós recebemos 500.000 migrantes portugueses e já há um milhão e meio, contando com todas as gerações que aqui vivem. E, para nós seria uma honra que o Presidente [de Portugal] venha", disse à Lusa Nicolás Maduro Guerra, filho do atual Presidente da Venezuela.
Nicolás Maduro Guerra falava, no sábado, no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Carrizal, 30 quilómetros a sul de Caracas, à margem da cerimónia de consagração do padre luso-descendente José António da Conceição, como novo bispo da diocese de Puerto Cabello (centro-norte do país).
"Estamos em pleno processo eleitoral e nós podemos dizer que temos um bom prognóstico. Uma vez que passemos este processo eleitoral, que acreditamos e temos a certeza de que vamos ganhar, que venha, que o Presidente Nicolás Maduro o receberá", frisou.
Na Venezuela, "quando se fala de um português isso é sinónimo de trabalho, de família, de pessoas que vieram à procura de esperança e conseguiram-na", disse.
"Também de pessoas que vieram à procura de emprego, de prosperidade e conseguiram-na, e que têm ajudado a erguer este país. Quando se fala da história económica da Venezuela, não se pode falar de crescimento económico sem incluir a comunidade portuguesa", sublinhou.
Sobre o novo bispo de Puerto Cabello, Nicolás Maduro Guerra, que é também vice-presidente para "assuntos religiosos" do PSUV, disse que "faz parte dessa cooperação, dessa união" luso-venezuelana.
"[José António da] Conceição é de origem portuguesa, mas venezuelano de coração. Portanto, há ali uma união luso-venezuelana, de coração, alma e mente. Aqui estão [os portugueses], com Deus, nas empresas, nas padarias, nas fábricas. Os portugueses e os venezuelanos estão no coração da nação", disse.
No mês passado, no final das comemorações do dia 10 de Junho na Suíça, Marcelo afirmou que tinha o sonho de realizar as comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas no próximo ano na Venezuela.
"Se houver condições adoraria que fôssemos à Venezuela, é mudar de continente, é um sonho nosso, de uma comunidade que tem tantos anos e que tanto tem prestigiado o nome de Portugal", disse.
"É um sonho que tenho há muito tempo, veremos se há condições para realizar o sonho", admitiu.
Questionado sobre esta ideia, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse compreender bem a intenção do chefe de Estado português "de mais uma vez estar ao lado de uma comunidade que tem tido tempos difíceis".