Venezuela. Cruz Vermelha pede que estranhos não usem emblema

por RTP
Em causa, de acordo com a Cruz Vermelha, poderá ficar aquela que é uma das suas divisas mais importantes: a neutralidade Cruz Vermelha

As organizações da Cruz Vermelha sedeadas na América do Sul foram informadas de que o seu símbolo e emblema estão a ser usurpados por pessoas estranhas à organização. Situações que terão ocorrido na fronteira da Venezuela com o Brasil e com a Colômbia, território onde atualmente se faz a luta política pelo poder venezuelano. O instrumento desse confronto é precisamente a ajuda humanitária.

Durante o fim de semana, a Federação Internacional da Cruz Vermelha lançou um apelo no Twitter para que as pessoas que não mantêm uma relação com aquela que é a maior organização humanitária do mundo não usem os seus emblemas. A Cruz Vermelha terá tido conhecimento de situações deste tipo nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e com a Colômbia.

Em causa, de acordo com a Cruz Vermelha, poderá ficar aquela que é uma das suas divisas mais importantes: a neutralidade.

“Ficámos a saber que algumas pessoas não afiliadas com a Cruz Vermelha da Colômbia e da Venezuela estão a usar os emblemas da Cruz Vermelha na fronteira da Venezuela com a Colômbia e com o Brasil.

Pedimos que parem de o fazer. Entendemos que a intenção possa ser boa, mas estão a colocar em risco a nossa neutralidade, imparcialidade e independência", pode ler-se na conta de Twitter da Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.







O pedido originou várias respostas críticas na página da Federação da Cruz Vermelha e também nas páginas da Cruz Vermelha da Colômbia e da Venezuela. Ali, a organização humanitária é acusada de não prestar auxílio aos venezuelanos, deixados à sua sorte em plena crise humanitária.

Não seria a primeira vez que o símbolo da Cruz Vermelha (ou do Crescente Vermelho, em zonas muçulmanas, como o Médio Oriente) seriam usados para deslocar combatentes ou material militar durante um conflito armado. Ora, de acordo com o Direito Internacional, estes actos são crimes de guerra que devem ser punidos com severidade.

É também nesse sentido que a Cruz vermelha sublinha a importância de manter os deveres de “neutralidade, imparcialidade e independência” que lhe permitem levar auxílio a civis e vítimas da guerra em zonas de conflito.
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