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Vários mortos no Líbano. Israel assume ataque a "armazém de armas do Hezbollah"

por Carlos Santos Neves - RTP
Israel está há semanas sob ameaça de ações de retaliação por parte do Irão e do Hezbollah Amir Cohen - Reuters

Um ataque israelita contra presumíveis alvos do Hezbollah no sul do Líbano causou, nas últimas horas, pelo menos nove mortos e cinco feridos, segundo um balanço do Ministério libanês da Saúde. A máquina de guerra do Estado hebraico afirma ter visado um depósito de armas do movimento xiita apoiado pelo Irão.

O bombardeamento desencadeado pelas Forças de Defesa de Israel atingiu alvos em Nabatieh, no sul do Líbano. Tratou-se, de acordo com o Tsahal, de um ataque noturno a "um armazém de armas" e a outras "estruturas militares" do Hezbollah em Hanine e Marun El Ras, localidades próximas da linha de fronteira do norte do Estado hebraico.O Hezbollah, movimento apoiado pelo regime iraniano, tem vindo a atuar em apoio ao Hamas, desde a ofensiva do movimento palestiniano e consequente resposta de Israel, a 7 de outubro. As trocas de disparos entre forças israelitas e o movimento xiita libanês são praticamente diárias.

O conflito na frente libanesa acentuou-se após a morte, no final de julho, de Fuad Shukr, chefe militar do Hezbollah - abatido num ataque israelita em Beirute na véspera do assassínio, em Teerão, do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh.

Israel está desde então sob ameaça de ações de retaliação por parte do Irão e do Hezbollah.

O movimento xiita de Hassan Nasrallah divulgou um vídeo, cuja autenticidade não pôde ser verificada pelas agências internacionais, que mostra combatentes a deslocarem-se em túneis de grandes dimensões e camiões carregados de aparentes mísseis.

Ao cabo de mais de dez meses, morreram pelo menos 579 pessoas no Líbano, a maioria combatentes do Hezbollah. Há registo de 121 civis mortos, segundo um balanço da France Presse.
"Novas condições" rejeitadas

Na frente da diplomacia, a Administração norte-americana apresentou na sexta-feira, após dois dias de negociações em Doha, no Catar, uma proposta redesenhada para um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. Todavia, a delegação do Hamas rejeitou de imediato quaisquer "novas condições" impostas por Israel.A pressão diplomática tem vindo a intensificar-se numa tentativa de travar uma escalada regional.


O triunvirato de mediadores formado por Estados Unidos, Catar e Egito anunciou entretanto uma nova ronda de negociações para a próxima semana, no Cairo.

O presidente norte-americano, Joe Biden, que esteve em contacto com os homólogos do Egito e do Catar, veio acenar com a ideia de que o acordo "nunca esteve tão próximo". "Penso que temos uma hipótese", afirmou aos jornalistas, dizendo-se "otimista".

Espera-se que o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, se desloque este sábado a Israel num esforço para "concluir um acordo" assente na nova proposta dos mediadores, indicou o Departamento de Estado em Washington.

Por seu turno, o primeiro-ministro israelita exortou a mediação tripartida a "fazer pressão" sobre o Hamas, ao que Ayman Safadi, ministro jordano dos Negócios Estrangeiros, respondeu com um apelo em sentido inverso: a "pressão direta e eficaz" deve incidir, na perspetiva de Amã, sobre Benjamin Netanyahu.

O ataque do Hamas a 7 de outubro fez 1.198 mortos em Israel. O movimento radical palestiniano levou 251 pessoas como reféns. Destas, 111 permanecerão em Gaza, incluindo 39 dadas como mortas pelo exército do Estado hebraico. A contraofensiva israelita já fez pelo menos 40.005 mortos, num balanço do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza.

c/ agências

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