Vaquita marinha à beira da extinção, apenas existem 60 vivas lamentam Associações

por Lusa

Cidade do México, 14 mai (Lusa) - A vaquita marinha, o cetáceo mais pequeno do mundo, está à beira da extinção, havendo apenas 60 exemplares vivos, alertaram hoje associações de proteção do ambiente.

"A população deste pequeno mamífero de 1,5 metros de comprimento, também chamado toninha do Golfo da Califórnia ou vaquita marinha, caiu mais de 90% em 20 anos", adianta em comunicado a organização ambientalista WWF México.

Estimativas do Ministério do Ambiente do México apontam para que apenas existam 60 vaquitas marinhas vivas.

"Estamos a perder a batalha (...) para salvar a vaquita", alertou o diretor da WWF México, Omar Vidal.

A vaquita marinha é vítima das redes de emalhar utilizadas pelos contrabandistas de totoaba, um peixe também em perigo de extinção.

As autoridades mexicanas dizem ter feito progressos para salvar a vaquita marinha e o totoaba, desde que o presidente Enrique Peña Nieto impôs em abril de 2015 a proibição de utilizar, por dois anos, redes de emalhar em 13 mil quilómetros quadrados, multiplicando por dez a superfície da área protegida.

Para evitar a pesca furtiva, a zona é patrulhada por um navio da Marinha, uma dúzia de pequenos barcos rápidos, um helicóptero e dois aviões.

Foi também criado um plano de 30 milhões de dólares para convencer os pescadores locais a substituírem as redes de pesca por métodos mais respeitadores do ambiente.

No entanto, marinheiros mexicanos contaram à agência France Presse (AFP) que descobrem, todos os dias, redes de arrasto, numa área equivalente a três campos de futebol.

Segundo o Ministério do Ambiente mexicano, no ano passado, foram apreendidas 600 redes e 77 pessoas foram detidas.

Os pescadores continuam a utilizar clandestinamente este método à noite, denuncia Isabelle Layolle, da organização não-governamental Sea Shepherd, que enviou dois navios para a zona para ajudar as autoridades a identificar as redes de deriva.

A WWF apelou ao México, aos Estados Unidos e à China para tomarem medidas urgentes e coordenarem as suas ações para pôr fim ao tráfico, caso contrário, irão partilhar a responsabilidade da extinção da vaquita, alertou a organização.

"Estamos convencidos de que ainda é possível salvar a vaquita, mas é claramente a última oportunidade", disse Omar Vidal.

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