A presidente da Comissão Europeia afirmou esta quarta-feira que, sem os seus esforços, o próximo colégio de Comissários Europeus seria dominado nos próximos cinco anos por homens. Ursula von der Leyen criticou as candidaturas maioritariamente masculinas recebidas pelos Estados-membros da União Europeia apesar do pedido feito pela líder europeia, que quer alcançar a paridade de género na sua equipa no seu segundo mandato.
Numa carta enviada aos chefes de Estado e de Governo, no passado mês de julho, von der Leyen solicitou que fossem enviados o nome de dois candidatos, um do sexo masculino e outro do sexo feminino, para o cargo de Comissário Europeu.
"A minha experiência diz-me que, se não se pedir, não se consegue. Não é uma coisa natural", disse Ursula von der Leyen. "Foi por isso que enviei a minha carta. Porque se eu não tivesse enviado esta carta, não teria havido um gancho para abordar o tema da diversidade”.
Apesar dos esforços da presidente da Comissão, apenas quatro países enviaram inicialmente para Bruxelas candidaturas femininas, a Espanha, Suécia, Finlândia e a Croácia. Segundo von der Leyen, os seus esforços foram essenciais para assegurar as candidaturas femininas de Portugal, Bélgica e Roménia.
"Se eu não tivesse enviado a carta, o que teria acontecido? Se olharmos para os nomes nas propostas iniciais, (...) para além da Alto Representante e de mim, a presidente, para os 25 Estados-Membros que nomearam posteriormente, haveria quatro mulheres e 21 homens", criticou Ursula von der Leyen.
A presidente da Comissão Europeia lamentou que, sem esta carta e
sem este debate, essa seria a constituição da próxima colégio de
Comissários Europeus. No entanto, desde então que tem discutido com alguns dos Estados-membros a substituição dos seus candidatos masculinos por femininos. Atualmente, a equipa de Ursula von der Leyen é composta por nove mulheres e dezassete homens, incluindo a portuguesa Maria Luís Albuquerque.
"É por isso que vale absolutamente a pena", considerou. "O
processo está a decorrer. Neste momento, já temos dois dígitos de
mulheres, mas ainda não vi todos os potenciais candidatos”, acrescentou.
c/agências
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