Universidades dos EUA perdem doadores por falta não condenarem o Hamas
A Fundação Wexner, que há décadas doa milhões de dólares à Universidade de Harvard, anunciou que deixará de financiar a prestigiosa instituição norte-americana por entender que esta não "denunciou claramente" o Hamas pelo ataque contra Israel.
Esta fundação, criada pelo bilionário Les Wexner, dono da marca de lingerie Victoria's Secret, e cujo objetivo é desenvolver "líderes" da comunidade judaica de Israel, acusou Harvard, em comunicado, de marginalizar progressivamente os estudantes israelitas e de os abandonar desde o ataque do Hamas.
Wexner acrescentou que a universidade não se distanciou "com rapidez suficiente" da declaração emitida por 34 grupos de estudantes de Harvard, que visavam o "regime israelita", e a sua política de cerco à Faixa de Gaza de duas décadas, como "inteiramente responsável por toda a violência" que ocorreu na semana passada.
A decisão da Fundação Wexner soma-se à de outros doadores que nos últimos dias retiraram o seu apoio financeiro às universidades norte-americanas, porque entendem que estas instituições de ensino não expressaram apoio suficiente a Israel.
O investidor Ken Griffin, proprietário de uma das maiores empresas de investimento globais dos EUA, a Citadel, e que doou 300 milhões de dólares a Harvard, revelou que pressionou a universidade para denunciar os signatários da declaração estudantil.
No domingo, a presidente da Universidade da Pensilvânia, Liz Magill, publicou uma mensagem, para "que não haja dúvidas", de que ela e a instituição que preside estão "horrorizadas e condenam o ataque terrorista do Hamas a Israel e as suas atrocidades contra civis".
A retirada de doações não é a única forma como alguns bilionários norte-americanos estão a reagir ao alegado silêncio das universidades face ao conflito.
Na semana passada, outro bilionário, Bill Ackman, fundador de um dos grandes fundos de investimento de Wall Street, revelou que, junto com empresários influentes do país, quer que Harvard divulgue os nomes dos membros dos 34 grupos estudantis que lançaram críticas a Israel.