UNITA marcha no sábado em defesa da democracia e libertação dos presos

por Lusa
Manuel de Almeida - EPA

A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) realiza no sábado, um mês após as eleições angolanas, uma marcha em defesa do estado democrático e de direito e pela libertação dos presos políticos.

Em declarações à Lusa, o secretário provincial do partido em Luanda, Nelito Ekukui sublinhou que, depois das eleições, vários jovens ativistas foram presos, sem mandados, e ameaçados.

"O estado de direito e democrático e as liberdades do cidadão estão ameaçadas, por isso, estes são os objetivos fundamentais" da manifestação, afirmou.

O presidente do partido do "Galo Negro", Adalberto da Costa Júnior, denunciou na quinta-feira que o período pós-eleitoral em Angola tem sido caracterizado por uma série de prisões de jovens, ativistas cívicos e membros de partidos políticos, nomeadamente a UNITA, bem como espancamentos e tortura física, em bairros de Luanda e outras províncias.

Considerou que se trata de atos de "pura cobardia" e pediu a responsabilização do regime, apelando à proteção do Estado para todos os cidadãos.

"Quem governa tem a responsabilidade dos seus atos e deve dizer `basta` a estas atitudes que são típicas de estados ditatoriais", disse Adalberto da Costa Junior numa declaração divulgada através das suas páginas nas redes sociais.

A manifestação convocada pela UNITA não conta com a adesão de outros partidos da oposição, apesar destes anteriormente terem mostrado interesse também em mobilizar os seus apoiantes.

Num comunicado conjunto de 08 de setembro os lideres de cinco partidos da oposição angolana (União Nacional para a Independência Total de Angola, UNITA;  Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral, CASA-CE; Partido de Renovação Social, PRS; Frente Nacional de Libertação de Angola, FNLA; e Bloco Democrático) afirmavam estar atentos "ao clamor e ao sentimento da população" e iriam estudar "o quadro e as condições para a organização e convocação de manifestações  como expressão do sentimento de repulsa dos cidadãos eleitores" face aos resultados oficiais que deram vitoria ao MPLA.

Nelito Ekuikui disse que a UNITA está habituada a este tipo de situações "e o povo angolano também".

"Em momentos difíceis do país há sempre quem se demarque da defesa do interesse comum. Seria bom que estivessem, não vão estar e o povo saberá julgar no momento certo", realçou o dirigente.

A marcha tem início no largo de Sant`Ana e vai terminar no Largo das Escolas, sendo convidados a participar "os cidadãos que se revêem nos objetivos da marcha".

Nelito Ekuiukui adiantou que foram feitos contactos com as autoridades governamentais e com a polícia nacional, que garantem que esta marcha que decorre em Luanda, capital de Angola e uma das três províncias em que a UNITA ganhou ao MPLA nas últimas eleições, vai acontecer de forma pacifica.

Destacou ainda que é a própria Polícia Nacional que está incumbida de zelar pela segurança, a ordem e a tranquilidade públicas, e que a UNITA está a colaborar com as autoridades e vai também controlar os seus militantes.

"Será fácil identificar comportamentos desviantes e voltar a enquadrar, estou certo de que teremos uma marcha muito pacifica que vai cumprir os objetivos estratégicos da direção do partido", afirmou o secretário-provincial da UNITA.

Nelito Ekuikui destacou que a UNITA não é um partido de extremos e quer salvaguardar todas as partes.

"Nós não representamos hoje só um extremo, posicionamo-nos no centro. A gestão da vida dos homens é uma gestão de emoções e temos de ter o cuidado de acautelar os interesses de todos, daquele que apoia a UNITA, mas não gosta de ir à manifestação, daquele que apoia a UJNITA e gosta de ir à manifestação, daquele que quer ir gritar e correr e daquele que quer ir de forma pacifica", rematou.

 

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