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UNICEF alerta para a pior epidemia de cólera dos últimos 20 anos no Sudão do Sul

por Rachel Mestre Mesquita - RTP
Thomas Mukoya - Reuters

O Sudão do Sul está a enfrentar a pior epidemia de cólera dos últimos 20 anos, com mais de 40 mil casos e quase 700 mortos em quase seis meses. O alerta é feito esta segunda-feira pela UNICEF no dia em que a ONU alerta para o facto do país estar "à beira de uma recaída na guerra civil", dificultando o acesso aos cuidados de saúde.

“De 28 de setembro de 2024 a 18 de março de 2025, mais de 40.000 casos foram notificados no Sudão do Sul, incluindo 694 mortes em todo o país, a sua pior epidemia em 20 anos”, afirmou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em comunicado. Metade dos casos são crianças com menos de 15 anos.

A escalada da tensão nas últimas semanas, entre as forças federais leais ao presidente sudanês Salva Kiir e a milícia "Exército Branco, no Estado do Alto Nilo, no nordeste do país, restringiu o acesso da população aos cuidados de saúde e agravou a epidemia, alertou também a Médicos Sem Fronteiras (MSF) em comunicado. "À medida que as pessoas fogem em busca de segurança, a cólera está a espalhar-se rapidamente, ceifando vidas e aprofundando a crise humanitária”, afirmou.

Zakaria Mwatia, chefe da missão da MSF no Sudão do Sul, disse que "com a rápida disseminação da cólera e a violência contínua, a necessidade de cuidados médicos no Estado do Alto Nilo é mais crítica do que nunca”.

A cólera, uma infeção intestinal aguda que pode ser transmitida através do consumo de alimentos ou de água que estejam contaminados com a bactéria Vibrio cholerae, pode causar a morte em poucas horas caso não seja tratada. 

Os principais sintomas são diarreia grave, vómitos e cãibras musculares e podem ser tratados com reidratação oral ou através de antibióticos nos casos mais graves.

Entre janeiro de 2024 e março de 2025, foram identificados mais de 178 000 casos de cólera em 16 país da África Oriental e Austral, de acordo com os dados da UNICEF. Nomeadamente Angola que também atravessa uma grave epidemia desde o ano passado, tendo registado mais de 7,500 casos e 294 mortes entre 7 de janeiro e 18 março deste ano.

(com agências internacionais)
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