União Europeia passa a criminalizar danos ambientais "comparáveis a ecocídio"
A União Europeia é a primeira instituição internacional a criminalizar danos ambientais de grande escala e que se comparem a "ecocídio". Foi atualizada, na quinta-feira, uma diretiva sobre crimes ambientais da UE que pune casos mais graves de destruição de ecossistemas, como a perda de habitats ou a exploração ilegal de madeira, com penas mais pesadas.
📢 On a gagné ! L'UE pose les bases de la reconnaissance de l'#écocide !
— Marie Toussaint 🌍🌏 (@marietouss1) November 16, 2023
L'accord adopté inscrit dans le droit 🇪🇺 une "infraction qualifiée" pour les plus graves crimes environnementaux, reprenant la définition de l'#écocide.
Une réelle victoire collective 🙏⬇️ pic.twitter.com/YnrORC7uDB
Segundo Toussaint, a UE já adotou algumas das legislações mais ambiciosas do mundo.
“No contexto político europeu, este texto é um ponto de apoio para todos aqueles que defendem o ambiente em tribunal e lutam contra a impunidade das empresas criminosas que muitas vezes desrespeitam as leis e trabalham hoje para desmantelar a democracia ambiental na Europa".
A partir de agora, segundo esta diretiva, ter uma licença para realizar as atividades indicadas não será automaticamente uma desculpa. Os legisladores europeus não concordaram em alargar estas obrigações a crimes cometidos fora das fronteiras da UE em nome de empresas do bloco comunitário, mas os Estados-membros podem optar por fazê-lo.
A lei introduz novas sanções, que vão desde penas de prisão para indivíduos até à exclusão do acesso a fundos públicos para empresas. Os Estados-membros também poderão escolher se introduzem multas para as empresas com base numa proporção do volume de negócios ou em montantes fixos até 40 milhões de euros.
Virginijus Sinkevičius, comissário da UE para o Ambiente, Oceanos e Pescas, afirmou ao Guardian que os crimes ambientais são graves, lucrativos e estão a aumentar.
“A UE acordou uma nova lei que reconhece a sua gravidade, especialmente quando grandes ecossistemas são destruídos”, disse Sinkevičius.