Bruxelas, 30 abr (Lusa) -- A representante para a Política Externa da União Europeia, Federica Mogherini, afirmou hoje que as alegações do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, não parecem comprovar que o Irão está a violar o acordo nuclear assinado em 2015.
Federica Mogherini disse, numa primeira reação às declarações do primeiro-ministro israelita, sobre o programa nuclear do Irão, que o que viu "nos primeiros relatórios" é que Benjamin Netanyahu "não colocou em questão a conformidade do Irão" para com o acordo.
A responsável pela diplomacia europeia salientou que, "em primeiro lugar e acima de tudo", deve ser a Agência Internacional de Energia Atómica a avaliar se o Irão está a cumprir o acordo, explicando que esta é a "única organização internacional imparcial que está encarregada de monitorizar os compromissos nucleares do Irão".
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje que o seu país dispõe de "provas concludentes" sobre um programa secreto iraniano para obter armas nucleares.
Netanyahu, um crítico do acordo internacional sobre as atividades nucleares do Irão, assegurou que o seu Governo obteve "meia tonelada" de documentos secretos iranianos que provam a existência de um programa de armas nucleares.
Ao referir-se a uma "grande proeza dos serviços de informações", Netanyahu assegurou que os documentos demonstram as ambições nucleares iranianas antes da assinatura do acordo de 2015 com as potências mundiais.
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Yavad Zarif, criticou hoje que as "supostas revelações de informações" do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, acontecem pouco antes de Washington decidir se vai ou não abandonar o acordo nuclear.
"Que conveniente", disse Mohamad Yavad Zarif na sua conta oficial da rede social Twitter, referindo que antes de 12 de maio, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai tomar uma posição sobre o acordo assinado em 2016 entre o Irão e seis potencias mundiais.
O Presidente dos Estados Unidos subscreveu hoje a apresentação de alegados documentos secretos iranianos pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que disse serem provas de que o Irão mentiu sobre o programa nuclear.