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Israel declara três áreas no norte do país como "zonas militares"

União Europeia considera vital evitar qualquer "intervenção militar" no Líbano

por Graça Andrade Ramos - RTP
Bandeira da UE frente à sede da organziação em Bruxelas Reuters

Os representantes da diplomacia dos Estados-membros da União Europeia estiveram reunidos esta segunda-feira para debater a ameaça de conflito generalizado no Médio Oriente, com uma anunciada incursão terrestre israelita no Líbano.

Josep Borrell, responsável pela diplomacia da UE anunciou, no fim do encontro por video-conferência, que os ministros europeus apelam a uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

"Qualquer futura intervenção militar no Líbano iria agravar dramaticamente a situação e tem de ser evitada", considerou Borrell aos jornalistas, a partir do México. 

O alto representante acrescentou que os 27 governantes concordaram que Israel tem o direito à sua autodefesa, mas exortaram que tem de o fazer "em cumprimento do direito humanitário internacional".

As palavras de Borrell vão no mesmo sentido das posições dos Estados Unidos e da França, que apelaram a Israel para não lançar uma incursão terrestre no Líbano.

"As armas devem ser silenciadas e a voz da diplomacia deve ser ouvida por todos. Os foguetes do Hezbollah devem parar e a soberania de Israel e do Líbano deve ser garantida", defendeu Borrell, que insistiu num cessar-fogo e na necessidade de evitar uma guerra total no Médio Oriente.

O gabinete do secretário-geral da ONU já veio dizer que António Guterres se opõe determinantemente a "toda e qualquer invasão terrestre" do Líbano. Israel anunciou que esta nova "fase" da guerra contra a milícia xiita libanesa estará para "muito breve". As Nações Unidas anunciaram entretanto que os Capacetes Azuis, estacionados no sul do Líbano para implementar o cessar-fogo israelo-libanês em vigor desde 2006, foram forçados a interromper as suas patrulhas na área.


Perante um Israel que parece imparável na prossecução dos seus objetivos, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, apelou à aplicação de uma resolução de 1950 para impor a paz à força.

"A Assembleia Geral das Nações Unidas deveria implementar rapidamente a autoridade para recomendar o uso da força, como fez com a resolução de 1950 Unidos para a Paz, caso o Conselho de Segurança não mostre a necessária determinação", afirmou Erdogan num conselho de ministros do seu gabinete, em Ancara.

Erdogan apelou igualmente os países muçulmanos a adotar medidas económicas, diplomáticas e políticas contra Israel, para pressionar Televive a aceitar um cessar-fogo. Se Israel não for detido, os seus ataques poderão atingi-los em breve, considerou ainda o presidente turco.

Israel avisou segunda-feira o Irão, patrocinador do "eixo de resistência" que inclui o Hezbollah no Líbano, o Hamas em Gaza e os Houthi no Iémen, que nenhum local no Médio Oriente está "para lá do seu alcance".

O Irão prometeu responder a Israel pela morte de diversos comandantes do Hezbollah em escassas duas semanas, incluindo o seu líder histórico Hassan Nasrallah. 

"Todas as possibilidades estão abertas", referiu Teerão, distanciando-se de um compromisso de ir em socorro militar do Líbano, caso Israel avance com a invasão terrestre.

O Hezbollah diz estar pronto para enfrentar as tropas israelitas.

com agências
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