União Europeia ao lado dos seus aliados e da justiça

por Lusa
Stoyan Nenov, Reuters

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, deixou claro que a União Europeia "está ao lado dos seus aliados e ao lado da justiça", em reação ao ataque militar realizado esta madrugada na Síria.

"Os ataques dos EUA, França e Reino Unido mostram claramente que o regime sírio, com a Rússia e o Irão, não podem continuar com esta tragédia humana, pelo menos sem terem custos", escreveu Donald Tusk, na sua conta de Twitter.

Os EUA, a França e o Reino Unido realizaram hoje uma série de ataques com mísseis contra alvos associados à produção de armamento químico na Síria, em resposta a um alegado ataque com armas químicas na cidade de Douma, Ghuta Oriental, por parte do Governo de Bashar al-Assad.

A ofensiva consistiu em três ataques, com uma centena de mísseis, contra instalações utilizadas para produzir e armazenar armas químicas, informou o Pentágono.

O Presidente dos EUA justificou o ataque como uma resposta à "ação monstruosa" realizada pelo regime de Damasco contra a oposição e prometeu que a operação irá durar "o tempo que for necessário".

O embaixador da Rússia em Washington, Anatoli Antonov, advertiu que este ataque "não ficará sem consequências".

Peritos da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) tinham previsto iniciar hoje uma investigação sobre o alegado ataque com armas químicas. A missão recebeu um convite do Governo sírio, sob pressão da comunidade internacional.

Mais de 40 pessoas morreram e 500 foram afetadas no ataque de 07 de abril contra a cidade rebelde de Douma, em Ghuta Oriental, que, segundo organizações não-governamentais no terreno, foi realizado com armas químicas.

A oposição síria e vários países acusam o regime de Al-Assad da autoria do ataque, mas Damasco nega e o seu principal aliado, a Rússia, afirmou que o ataque foi encenado com a ajuda de serviços especiais estrangeiros.Tajani alerta para necessidade de evitar escalada
O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, defendeu por seu lado ser preciso "evitar uma escalada do conflito na Síria" depois dos ataques desta madrugada. "O uso de armas químicas é inaceitável, mas é preciso evitar uma escalada militar na Síria", afirmou Tajani numa intervenção transmitida pela rádio pública RAI1.

Tajani adiantou que, na segunda-feira, a operação na Síria será discutida no Parlamento Europeu, afirmando esperar que sejam dados "passos para uma solução pacífica que inclua a União Europeia e as Nações Unidas".

O presidente do Parlamento Europeu admitiu temer que a situação "possa degenerar" e sublinhou que existem "demasiados interesses extra sírios e atores que não aparecem, mas estão presentes [no conflito]".

Antonio Tajani mostrou-se "muito preocupado" pela população civil, ainda que os ataques desta madrugada não tenham provocado mortos nem feridos civis, e referiu que "o perigo é o que se pode passar a seguir".

"O futuro da Europa passa também pela política internacional e esta inclui a Síria", referiu.

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