A Guiné-Bissau viu ser-lhe suspenso o estatuto de membro da União Africana (UA), devido ao golpe de Estado. Em cima da mesa está também uma ameaça de intervenção militar da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (ECOWAS).
Quedraogo afirmou também que a ECOWAS tem "tolerância zero" para o poder alcançado por meios não-constitucionais e que considera os chefes militares pessoalmente responsáveis pela segurança e bem-estar dos dirigentes políticos detidos - entre eles o primeiro-ministro e candidato presidencial Carlos Gomes Jr. e o presidente interino Raimundo Pereira.
Os dirigentes da (ECOWAS) afirmam, por outro lado, que os chefes militares guineenses se comprometeram, nas conversações de ontem, a deixar o poder em breve. Segundo Ouedraogo, "após discussões aprofundadas, concordámos em que os militares aceitem a decisão da ECOWAS de [fazer o país] voltar à ordem constitucional".
Uma declaração emitida pela UA na terça feira ameaçou também os golpistas com congelamento de bens, proibição de viajar e outras medidas. O documento, citado pela Associtaed Press, afirma que "a recorrência de intromissões ilegais e inaceitáveis da liderança do Exército da Guiné-Bissau na vida política do país contribui para a persistência da instabilidade e para a cultura da impunidade, obsta aos esforços para estabelecer a legalidade, à promoção do desenvolvimento e ao enraizamento de uma cultura democrática".
Além disso, esta instabilidade ocasionada pelas frequentes intervenções militares dificulta, segundo a declaração, "lutar contra a praga do tráfico de droga".
A ilacção prática incluída no documento é também clara: "O Conselho da União Africana para a Paz e Segurança decide suspender com efeitos imediatos a Guiné-Bissau de todas as actividades ... até ser restaurada a ordem constitucional".