UNESCO atribui prémio de liberdade de imprensa a mulheres jornalistas presas no Irão

por Lusa
Guillermo Cano é o inspirador do prémio atribuído pela UNESCO D.R.-Unesco

A UNESCO atribuiu este ano o Prémio Guillermo Cano para a Liberdade de Imprensa a três mulheres jornalistas presas no Irão: Noloofar Hamedi, Elaheh Mohammadi e Narges Mohammadi.

"Agora, mais do que nunca, é importante prestar homenagem a todas as mulheres jornalistas que são impedidas de fazer o seu trabalho e que enfrentam ameaças e ataques à sua segurança pessoal", declarou a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Audrey Azoulay, em comunicado divulgado esta quarta-feira.

A presidente do júri, Zainab Salbi, afirmou que "o trabalho corajoso das mulheres jornalistas iranianas" conduziu a "uma revolução histórica liderada por mulheres", pela qual pagaram "um preço elevado".

Salbi reiterou o compromisso de "honrá-las e garantir que as suas vozes continuem a ressoar em todo o mundo até que estejam seguras e livres".

Noloofar Hamedi trabalhava para o principal diário reformista iraniano, Shargh. Foi ela quem deu a notícia da morte da jovem Masha Amini, enquanto estava sob custódia policial, depois de ter sido detida a 16 de setembro de 2022 por não respeitar o uso do véu islâmico.

Elaheh Mohammadi, que escreve para o jornal reformista Ham-Mihan, fez a reportagem do funeral de Masha Amini e está também detida na mesma prisão.

As duas foram galardoadas com o Prémio Internacional de Liberdade de Imprensa 2023 dos Jornalistas Canadianos para a Liberdade de Expressão e com o Prémio Louis M. Lyons para a Consciência e Integridade no Jornalismo da Universidade de Harvard.

Narges Mohammadi, que trabalhou durante anos para várias publicações, é também diretora-adjunta da organização não-governamental Centro de Defensores dos Direitos Humanos em Teerão.

Está a cumprir uma pena de 16 anos de prisão em Evin, de onde tem continuado o trabalho como jornalista, incluindo o livro de entrevistas com outras prisioneiras intitulado "White Torture".

A organização recordou que as mulheres jornalistas e outros trabalhadores dos meios de comunicação social em todo o mundo enfrentam cada vez mais ataques e ameaças "desproporcionadas e direcionadas".

 

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