UNECA pede melhor informação estatística em África para guiar decisões políticas
A Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA) defendeu hoje que a recolha de dados e estatísticas "nunca foram tão importantes como agora" para guiar as decisões políticas que conduzam ao desenvolvimento económico do continente.
"Os dados e as estatísticas nunca foram tão importantes como agora, já que são necessários para influenciar as políticas e a medição do progresso necessário para atingir a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável e a Agenda da União Africana para 2063", disse o diretor do Centro Africano de Estatísticas da UNECA.
Falando na oitava reunião da Comissão Estatística para África (STATCOM), Oliver Chinganya salientou a importância de modernização o sistema estatístico africano para facilitar a integração regional e para "melhorar a precisão e a eficiência da tomada de decisões em apoio a uma integração regional mais forte no continente", argumentando ainda que "as barreiras ao progresso económico só podem ser superadas através de um ecossistema de dados fiáveis".
Citado num comunicado da UNECA sobre a reunião, Chinganya desafiou ainda os países africanos a "participarem em métodos criativos e inovadores para resolver alguns dos principais objetivos dos institutos nacionais de estatísticas, como o financiamento limitado, a insuficiência de pessoal, a desadequada infraestrutura de tecnologias de informação e de enquadramento legislativo".
De acordo com a UNECA, os participantes no encontro, incluindo o vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros, Demeke Mekonnen, e o ministro das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, Chris Baryomunsi, salientaram a necessidade de ter estatísticas fiáveis para o processo de decisão política, apresentando como exemplo a falta de dados fiáveis sobre a evolução da pandemia de covid-19.
"É uma pena que África continue a ter a mais alta proporção de nascimentos e mortes não registadas no mundo", disse o vice-primeiro-ministro, concluindo que durante a pandemia só um punhado de países conseguirem ser capazes de produzir estatísticas fiáveis relativamente à mortalidade e causas de morte para guiar o processo de decisão política".