Ao oitavo dia após os terramotos na Síria e na Turquia, o último balanço aponta para mais de 35 mil mortos. No domingo, a ONU observou que o número de vítimas mortais poderá duplicar, devido ao facto de milhares de pessoas permanecerem presas nos destroços. A agravar a situação, as rivalidades territoriais entre o Governo sírio e os grupos rebeldes estão a dificultar a ajuda humanitária.
A catástrofe causada pelos sismos de há uma semana - com magnitudes de 7.8 e 7.5 na escala de Richter - deixou um quadro de destruição. De acordo com a agência France Presse, as autoridades turcas avançam com 31.643 mortos. Na Síria confirmam-se 3.581.
A ajuda humanitária e de resgate corre contra o tempo nas regiões afetadas, numa tentativa de salvar eventuais sobreviventes.
A ONU avançou, no domingo, que o número de vítimas mortais poderá duplicar, dado que milhares de pessoas continuam sob os escombros dos prédios que colapsaram. Xadrês da diplomacia e conflitos condicionam ajuda
A France Presse dá conta de confrontos entre grupos não identificados, que já levaram a que as equipas de salvamento alemãs e o exército austríaco suspendessem as operações na Turquia. Os operacionais alegam estar perante uma “situação de segurança cada vez mais difícil".
Na Síria, a pressão repete-se. O contexto de guerra civil no território afetado pela catástrofe, a noroeste do país, acentua a insegurança da ajuda vital.
A região é uma das que estão sob controlo de forças rebeldes, designadamente o grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que combate o regime do presidente Bashar al-Assad e conta com o apoio da Rússia e do Irão.
Na Síria, a pressão repete-se. O contexto de guerra civil no território afetado pela catástrofe, a noroeste do país, acentua a insegurança da ajuda vital.
A região é uma das que estão sob controlo de forças rebeldes, designadamente o grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que combate o regime do presidente Bashar al-Assad e conta com o apoio da Rússia e do Irão.
A ONU e os EUA classificam o HTS como uma organização terrorista.
Por sua vez, uma fonte do HTS que não estava autorizada a falar com a comunicação social avançou à Reuters que o grupo não permitiria ajuda vinda do lado sírio controlado pelo Governo: “Não permitiremos que o regime tire vantagem da situação para mostrar que está ajudando”.
OMS na Síria
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, esteve durante o fim de semana na Síria e encontrou-se com com Assad em Damasco, no domingo.
“Assad está aberto a considerar pontos de acesso transfronteiriços adicionais para esta emergência”, adiantou o responsável aos jornalistas.
Tedros afirmou também que a OMS ainda está à espera de luz verde das áreas controladas pelos rebeldes antes da ajuda humanitária prosseguir e reiterou que irá acompanhar "fornecimentos médicos de emergência de cerca de 37 toneladas".
O chefe de ajuda da ONU, Martin Griffiths, que está na Turquia e deve visitar a Síria, disse à Sky News no sábado que irá pedir ao Conselho de Segurança para autorizar o acesso de ajuda através de mais duas passagens de fronteira, argumentando que há “um caso humanitário muito claro”.
Entretanto, a fronteira que divide a Turquia e a Arménia reabriu pela primeira vez, em 35 anos, para providenciar ajuda às vítimas. Cinco camiões partiram da Arménia com bens alimentares.
c/ agências
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