Um estudo divulgado hoje por uma instituição do Brasil indica que um em cada cinco mulheres brasileiras diz ter sido ameaçada de morte pelo parceiro atual ou por um ex-parceiro.
De acordo com um inquérito, realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e que consultou 1.353 mulheres maiores de 18 anos em outubro, 21% disseram ter sofrido ameaças de morte.
Esse percentual indica que pelo menos 17 milhões de mulheres brasileiras viveram ou vivem em situação de risco de feminicídio, indica o estudo divulgado no dia em que se assinala o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres
Embora 44% tenham dito que sentiram muito medo após a ameaça, apenas 33% denunciaram o agressor à polícia.
A decisão de não denunciar o agressor foi influenciada pelo facto de duas em cada três brasileiras acreditarem que a denúncia não terá qualquer consequência.
A pesquisa, que contou com o apoio do Ministério da Mulher, também apontou que seis em cada dez brasileiras conhecem pelo menos uma mulher que foi ameaçada de morte pelo atual ou ex-companheiro.
Oito em cada dez mulheres entrevistadas acreditam que a polícia não dá importância às ameaças e ao risco que as mulheres correm.
"Tenho insistido que só o Estado não dá conta de conter os índices de violência de género. É preciso enfrentar o machismo, mudar o comportamento da população e ter os homens como aliados nessa causa", escreveu hoje, nas redes sociais, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.
De acordo com o relatório anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as mortes contra as mulheres aumentaram 0,8% no Brasil em 2023 em comparação com o ano anterior, para 1.467 mulheres.
Este é o maior número num único ano desde que o femicídio foi classificado como crime no Brasil, em 2015.