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Uma cruz no X. Venezuela bloqueia rede social

por Cristina Santos - RTP
Nicolas Maduro que saúda apoiantes junto ao palácio presidencial de Miraflores, Caracas. Yuri Cortez - AFP

Nicólas Maduro assinou um decreto que bloqueia durante dez dias o acesso à rede social X, de Elon Musk. Em causa estão as acusações que ambos têm trocado, desde que o atual chefe de Estado foi declarado vencedor das presidenciais. O magnata da tecnologia descreve o líder venezuelano como "ditador" e um "palhaço". O presidente acusa Musk de incitar a "ódio, fascismo e guerra civil".

Num discurso transmitido pela televisão estatal, na noite de quinta-feira, Nicólas Maduro acusou Elon Musk de ter encenado um “ataque” à reeleição presidencial e garantiu que a autoridade eleitoral do país, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, foi alvo de um "ataque informático" durante as eleições.

O presidente venezuelano anunciou que a rede social  X vai ser “bloqueada”, uma vez que “Elon Musk é o dono do X e violou todas as regras”.  “Ele violou as regras ao incitar ao ódio, ao fascismo, à guerra civil, à morte, ao confronto com os venezuelanos, e violou todas as leis venezuelanas”.

Estas declarações são o mais recente capítulo de uma batalha virtual entre os dois homens e que começou antes das presidenciais de julho. Então, Elon Musk escreveu no X que apoiava a principal oposição de Maduro.Musk escreveu que  “é o momento de o povo da Venezuela poder ter um futuro melhor”. 

No entanto, assim que foi declarada a reeleição, o dono da rede social X (antigo Twitter) escreveu uma mensagem a denunciar uma alegada "fraude eleitoral por parte de Maduro", "vergonha para o ditador Maduro".

As acusações não ficaram por aqui e Elon Musk comparou a inteligência de Maduro à de um burro. “O povo da Venezuela está farto deste palhaço”, atirou.


A vitória de Maduro não é reconhecida por vários países e tem incendiado protestos e desencadeado uma onda de repressão da oposição venezuelana. Nas últimas semanas, centenas de pessoas foram detidas pelas forças de segurança da Venezuela.

A votação, realizada a 28 de julho, foi descrita como "antidemocrática" por observadores independentes e a principal oposição afirmou ter provas de que o seu candidato, Edmundo González, venceu por ampla margem.

O Centro Carter, que acompanhou o ato eleitoral a convite do Governo venezuelano, garante que a eleição “não cumpriu os padrões internacionais de integridade eleitoral e não pode ser considerada democrática”. Além disso, refutou a alegação de Maduro de ter havido um ataque informático: “Não há qualquer evidência” de ter havido um ataque informático".

Em Caracas, na noite de quinta-feira, centenas de pessoas fizeram uma vigília e pediram a libertação de vários presos políticos.


Foto: Anadolou via AFP

Pelas contas dos opositores do presidente, desde as eleições que reelegeram Nicolás Maduro mais de 2.500 pessoas foram presas.
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