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"Um dia histórico". G7 aprova pacote de 50 mil milhões de dólares para a Ucrânia

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Alessandro Garofalo - Reuters

Reunidos na cimeira do G7 que termina esta sexta-feira, em Itália, os países mais industrializados do mundo aprovaram um pacote histórico de ajuda à Ucrânia de 50 mil milhões de dólares, financiados pelos juros dos ativos russos congelados. Os EUA e a Ucrânia assinaram ainda um acordo de segurança bilateral de dez anos.

“Hoje é um dia verdadeiramente histórico”, aclamou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que participa na cimeira do G7, em Itália.

Zelensky agradecia, assim, aos líderes do G7 (Estados Unidos, Canadá, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Japão e Itália) por terem aprovado um pacote histórico de ajuda à Ucrânia de 50 mil milhões de dólares, financiados pelos juros dos ativos russos congelados no Ocidente.

“Tenho orgulho em anunciar que os EUA mobilizaram mais de 50 mil milhões de dólares em investimentos em todo o mundo. Juntos, estamos a mostrar que as democracias podem apresentar resultados”, disse o presidente norte-americano, Joe Biden.
Biden disse que este empréstimo constitui “outro lembrete ao presidente russo de que não vamos recuar”.

“Putin não pode esperar que não façamos nada, não pode dividir-nos e estaremos ao lado da Ucrânia até que eles prevaleçam nesta guerra”, declarou.
EUA e Ucrânia assinam acordo de segurança
À margem da cimeira do G7, Washington e Kiev assinaram ainda um acordo bilateral de segurança de dez anos.

Zelensky descreveu o acordo como “o mais forte entre a Ucrânia e os Estados Unidos” desde a independência da Ucrânia, em 1991.

O acordo prevê ajuda militar e de formação dos EUA à Ucrânia, mas Washington não se compromete a enviar tropas para lutar pelo seu aliado e descarta a possibilidade de serem usadas armas norte-americanas para atacar mais profundamente a Rússia.


“Em termos de maior alcance de armas no interior da Rússia, não mudamos as nossas posições”, disse Biden. Para além de aproximar a Ucrânia em direção à NATO, o acordo visa também comprometer as futuras administrações dos EUA a apoiar a Ucrânia, mesmo que Donald Trump vença as eleições presidenciais de novembro.

“O nosso objetivo é fortalecer as capacidades confiáveis de defesa e dissuasão da Ucrânia a longo prazo”, disse Biden.

O presidente norte-americano avançou ainda que estão também a trabalhar para que sejam enviados à Ucrânia cinco sistemas de defesa antimísseis Patriot. “Tudo o que temos irá para a Ucrânia até que as suas necessidades sejam atendidas”, declarou.
Moscovo ameaça com medidas retaliatórias “extremamente dolorosas”
A Rússia já reagiu ao anúncio do empréstimo à Ucrânia financiado pelos juros dos ativos russos congelados, ameaçando com medidas retaliatórias “extremamente dolorosas”.

“Tal medida não levará o Ocidente a nada de bom”, disse a porta-voz dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova. “Esta iniciativa ilegal, ligada a tentativas de injetar dinheiro no regime de Kiev à custa de terceiros, e as medidas retaliatórias inevitáveis serão extremamente dolorosas para Bruxelas”, alertou.

Os 50 mil milhões de dólares não deverão chegar à Ucrânia antes do final do ano, mas o pacote de ajuda como uma solução de longo prazo para apoiar o esforço de guerra e a economia de Kiev. O empréstimo é também extremamente simbólico para a Ucrânia, uma vez que a Rússia está agora a ser forçada a pagar, não só para reconstruir o país, mas também para ajudar Kiev a defender-se.

O G7, juntamente com a União Europeia, congelou cerca de 325 mil milhões de dólares em ativos após a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022.

O conjunto de ativos está a gerar cerca de três mil milhões de dólares por ano em juros. De acordo com o plano do G7, esses três mil milhões de dólares serão usados para pagar os juros anuais do empréstimo aos ucranianos, contraído nos mercados internacionais.
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