"Últimos ajustes". Composição do Governo francês ainda não reúne consenso

por Rachel Mestre Mesquita - RTP
Sarah Meyssonnier - Reuters

Uma semana depois de ter assumido funções, o primeiro-ministro de França está com dificuldades em cumprir a promessa feita aos franceses de dar-lhes um novo Governo "antes do Natal" devido a pontos de bloqueio, segundo a imprensa francesa. Se o regresso a Paris de Emmanuel Macron este domingo, após uma visita ao arquipélago francês de Mayotte e a África Oriental, permitiu a François Bayrou acelerar as consultas com o presidente da República e fazer os "últimos ajustes" na formação do novo Executivo, não foi o suficiente para ser anunciada a composição do novo Executivo.

Apesar da expetativa nacional a composição do novo Governo francês não será conhecida este domingo devido a três principais pontos de bloqueio, de acordo com o canal francês BFMTV.

Trata-se nomeadamente do nome do futuro ministro francês dos Negócios Estrangeiros, do ministro francês da Economia e das Finanças e ainda a pasta que será atribuída a Xavier Bertrand.

Em contagem decrescente para o dia de Natal e na véspera do dia de luto nacional decretado para segunda-feita por Emmanuel Macron, em homenagem às vítimas do ciclone Chido que devastou o arquipélago francês de Mayotte, no Oceano Índico, François Bayrou conversou esta manhã duas vezes ao telefone com o presidente da República.

Segundo a imprensa francesa que cita fontes próximas de Macron, as conversações entre ambos os líderes franceses "correram muito bem".

Ao início da noite deste domingo, o presidente Emmanuel Macron recebeu Bayrou no Palácio do Eliseu, em Paris, para acelerar a nomeação de um novo Governo que deverá ser conhecido nas próximas horas ou nos próximos dias. Mas após quase duas horas de reunião o primeiro-ministro francês regressou a Matignon sem fazer qualquer declaração ao país, segundo a Franceinfo.

Após o Governo do seu antecessor Michel Barnier ter caído com uma moção de censura no início do mês, François Bayrou procura agora liderar uma equipa coesa e o mais aberta possível que permita governar o país através de uma estabilidade na Assembleia Nacional.

De acordo com uma sondagem, publicada este domingo, o índice de popularidade de François Bayrou, de 73 anos,  é historicamente baixo com 66 por cento dos franceses a dizerem-se insatisfeitos com a escolha do novo inquilino de Matignon.

Para o ajudar no duro desafio de governar o país num cenário político fraturado Bayrou deverá contar com ministros cessantes, como Rachida Dati à frente da Cultura, Sébastien Lercornu das Forças Armadas, e de Catherine Vautrin dos Territórios Ultramarinos.

De regresso poderão estar a antiga primeira-ministra francesa Élisabeth Borne e o antigo ministro francês do Interior Gérald Darmanin, apontados para as pastas da Educação Nacional e dos Negócios Estrangeiros, respetivamente.

c/agências




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