Último dia de trabalhos em Vilnius. NATO inaugura conselho com Ucrânia e discute China
Os líderes dos 31 países-membros da NATO concluem esta quarta-feira os trabalhos da cimeira de Vilnius, na Lituânia. Realiza-se a primeira reunião do novo Conselho NATO-Ucrânia e são analisadas as denominadas "ameaças híbridas", designadamente o que a Aliança Atlântica encara como a "assertividade chinesa".
Ao segundo dia da cimeira, está carimbada a partida para a derradeira fase do dossier da adesão da Suécia, depois de o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ter anuído a tal desfecho. Está igualmente estabelecido que não há, por agora, condições para definir um calendário de adesão para a Ucrânia, ao contrário do que pretenderia Volodymyr Zelensky.
À entrada para o segundo dia da cimeira, ao início da manhã desta quarta-feira, o presidente ucraniano estabeleceu prioridades para as discussões no Conselho NATO-Ucrânia. Desde logo, os "novos pacotes de armamento" destinados às forças do seu país e "o convite para a NATO".
"O que ouvimos e compreendemos é que teremos este convite quando as medidas de segurança o permitirem", afirmou Zelensky aos jornalistas. "Vamos lutar hoje por garantias de segurança para a Ucrânia no caminho para a NATO", completou. Japão, Coreia do Sul, Nova Zelândia e Austrália integram as reuniões desta quarta-feira, que lançam um olhar à China.
"O que ouvimos e compreendemos é que teremos este convite quando as medidas de segurança o permitirem", afirmou Zelensky aos jornalistas. "Vamos lutar hoje por garantias de segurança para a Ucrânia no caminho para a NATO", completou. Japão, Coreia do Sul, Nova Zelândia e Austrália integram as reuniões desta quarta-feira, que lançam um olhar à China.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, e o presidente da Ucrânia deverão protagonizar, nas próximas horas, uma conferência de imprensa conjunta.
Duarte Valente e Marques de Almeida, enviados especiais da RTP a Vilnius
Na terça-feira, Stoltenberg quis deixar claro que a Ucrânia será convidada para integrar a Aliança Atlântica "quando os aliados assim decidirem e as condições estiverem reunidas", recordando que o processo nunca assentou em calendários, mas em condições.
Na conferência de imprensa de encerramento dos trabalhos do primeiro dia da cimeira na Lituânia, o secretário-geral da Aliança Atlântica reafirmou, ainda assim, que o país invadido pela Rússia acabará por se tornar "membro da NATO" - quando “houver consenso” entre os 31 países-membros e "as condições forem atendidas".Em mensagem publicada nas plataformas Telegram e Twitter, antes de chegar a Vilnius, na terça-feira, o presidente ucraniano considerou "absurdo" não haver um calendário para a adesão.
Stoltenberg colocou a tónica no "programa de assistência multianual para a transição da era soviética para os padrões" da Aliança Atlântica e através do "apoio prático" para reforçar "a interoperabilidade" entre as Forças Armadas da Ucrânia e os destacamentos ao serviço da NATO.
“Neste momento, o mais urgente é assegurar que a Ucrânia se defende, porque se não se defender, então nem sequer devemos ou podemos falar em que se torne membro”, vincou o responsável.
Em comunicado, os 31 Estados-membros da NATO enfatizam o apoio ao "direito da Ucrânia de escolher os seus próprios mecanismos de segurança". Reconhecem também que "o caminho da Ucrânia para a plena integração euro-atlântica ultrapassou a necessidade do Plano de Ação para a Adesão" e que o país está "cada vez mais interoperável e politicamente integrado", tendo logrado "progressos substanciais no seu percurso de reforma".
"Estaremos em posição de estender um convite à Ucrânia para aderir à Aliança quando os Aliados estiverem de acordo e as condições estiverem reunidas", resume-se no documento.
Ainda no primeiro dia da reunião magna, os aliados comprometeram-se com um investimento mínimo anual de dois por cento do PIB em despesas militares, patamar, admitem, que em "muitos casos" terá de ser superado: "Afirmamos que, em muitos casos, serão necessárias despesas superiores a dois por cento do PIB para remediar as deficiências existentes e cumprir os requisitos em todos os domínios decorrentes de uma ordem de segurança mais contestada".O compromisso passa por investir "pelo menos 20 por cento" dos orçamentos para Defesa em equipamentos.
"Precisamos de manter a nossa vantagem tecnológica e continuar a modernizar e reformar as nossas forças e capacidades, incluindo através da integração de tecnologias inovadoras", lê-se no texto, que refere também a necessidade de robustecimento da defesa europeia.
"Uma indústria de defesa forte em toda a Aliança, incluindo uma indústria de defesa mais forte na Europa e uma maior cooperação industrial de Fefesa dentro da Europa e do outro lado do Atlântico, continua a ser essencial para atingir as capacidades necessárias".
c/ agências