UE vai ajudar com 200.000 euros moçambicanos requerentes de asilo no Malaui
A União Europeia anunciou hoje a atribuição de 200.000 euros para ajuda humanitária de emergência a moçambicanos requerentes de asilo no Malaui para "ajudar a satisfazer as suas necessidades essenciais imediatas de forma segura e digna".
De acordo com o comunicado da União Europeia (UE), esta ajuda será dada até ao final de agosto e faz parte da contribuição global da UE para o Fundo de Emergência de Resposta a Catástrofes (DREF) da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV).
Este fluxo migratório para o Malaui, país com o qual Moçambique faz fronteira, deu-se devido aos "protestos pós-eleitorais", que começaram em outubro último, em que "as alegações da oposição de fraude eleitoral produziram distúrbios em todo o país".
"A violência forçou milhares de pessoas a fugir, com mais de 7.000 requerentes de asilo moçambicanos atualmente registados no Malaui, principalmente nos distritos de Nsanje e Dedza", explicou a UE.
Para gerir melhor a crise de deslocados, o Governo do Malaui, em colaboração com parceiros, começou a transferir os requerentes de asilo para o campo de Nyamithuthu em 29 de janeiro passado, indicou.
De acordo com a UE, este financiamento pretende reforçar os esforços da Sociedade da Cruz Vermelha do Malaui (SCRM) "na prestação de ajuda de emergência muito necessária, incluindo abrigo, água potável, dinheiro, cuidados de saúde e higiene".
Além disso, "os esforços incidirão sobre o impacto nas comunidades de acolhimento, incluindo a pressão sobre os recursos hídricos, a desflorestação e os problemas de saneamento", acrescentou.
Esta agitação em Moçambique começou nas eleições gerais, altamente contestadas, realizadas em 09 de outubro de 2024.
A disputa desencadeou protestos a nível nacional, com as forças de segurança a usarem munições reais para dispersar os manifestantes.
Desde outubro, pelo menos 353 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, de acordo com a Plataforma Decide, uma ONG moçambicana que acompanha os processos eleitorais.
O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.
A escalada de violência levou a deslocações em massa, com milhares de moçambicanos a procurarem refúgio no vizinho Malaui, o que sobrecarregou ainda mais os esforços de resposta humanitária na região.