Em declaração conjunta sobre a situação no Médio Oriente, a primeira adotada pelos 27 Estados-membros da UE desde o final de outubro, os líderes europeus apelaram a uma “pausa humanitária imediata” no território palestiniano e instaram Israel a “não realizar uma operação terrestre em Rafah”, no sul de Gaza, onde milhares de palestinianos encontraram refúgio.
"O Conselho Europeu apela a uma pausa humanitária imediata que conduza a um cessar-fogo duradouro, (apela) à libertação incondicional de todos os reféns e à prestação de ajuda humanitária", segundo o texto adotado, de oito parágrafos, que manifesta a sua profunda preocupação com “o risco iminente de fome causado pela insuficiente entrada de ajuda em Gaza”.
Neste sentido os líderes europeus também reafirmaram o seu apoio à Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês), sublinhando que os seus serviços em Gaza e na região são “essenciais”. E acrescentaram que aguardam os resultados da investigação de que é alvo, por alegada cumplicidade de funcionários da UNRWA com o Hamas.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, declarou em Bruxelas que tinha sido adotada uma “declaração forte e unificada sobre o Médio Oriente”, com um apelo ao “acesso humanitário total e seguro a Gaza” que considerou ser essencial para “prestar assistência vital numa situação catastrófica”, partilhou na rede social X.
"Ainda é possível"
A declaração da União Europeia foi adotada horas depois de os EUA anunciarem, também na quinta-feira, a decisão de submeter à votação do Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução no qual "têm estado a trabalhar" e que insiste na necessidade de um “cessar-fogo imediato que garanta a libertação dos reféns”, afirmou Antony Blinken.
O secretário de Estado norte-americano acrescentou, na sua declaração, que "isso criaria espaço para o surgimento de mais ajuda humanitária em Gaza, aliviaria o sofrimentos de muitas pessoas e construiria a base para uma paz duradoura". Uma posição que deverá defender esta sexta-feira na sua visita a Israel depois de ter admitido, na quinta-feira, que "o fosso está a diminuir" nas negociações para uma trégua associada à libertação dos reféns. "Embora seja difícil chegar" a um acordo, "ainda é possível", acrescentou.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas deverá assim votar, esta sexta-feira, uma resolução redigida pelos Estados Unidos que marca uma mudança da linguagem sobre a urgência utilizada pela administração Biden. O Reino Unido, que é membro permamente do Conselho de Segurança, e a Austrália já apelaram esta manhã ao "fim imediato dos combates" no terrritório palestiniano, para permitir "a entrega de ajuda e a libertação dos reféns" raptados pelo Hamas, no ataque de 7 de outubro.
Também a China, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, anunciou que apoiava uma ação “significativa” do Conselho para pôr fim aos combates na Faixa de Gaza, sem especificar se Pequim, apoiaria o projeto de resolução apresentado pelo EUA.
c/ agências