O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, saudou hoje a atribuição do Prémio Nobel da Paz à organização japonesa Nihon Hidankyo, de sobreviventes de bombas atómicas, como um alerta para o risco de uso de armas nucleares.
O Prémio Nobel da Paz 2024 foi hoje atribuído à organização japonesa Nihon Hidankyo, de sobreviventes das bombas atómicas lançadas há 79 anos pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki, anunciou hoje o Comité Nobel norueguês.
Para o Alto Representante da Política Externa da União Europeia (UE), esta atribuição "serve como um aviso das consequências muito graves associadas à utilização de armas nucleares e da responsabilidade que todos os estados partilham para evitar que tal aconteça", escreveu Borrell, em comunicado.
"A União Europeia sublinha sistematicamente a necessidade de implementar todas as obrigações e compromissos relativos ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, incluindo a necessidade de progressos concretos no sentido da plena implementação do seu artigo VI, com o objetivo final de eliminação total das armas nucleares", pode ler-se no comunicado.
Borrell lembra que a UE tem promovido a entrada em vigor de tratados internacionais de controlo de armas atómicas, argumentando que "uma guerra nuclear não pode ser ganha e nunca deve ser travada".
"A União Europeia está a trabalhar com parceiros em todo o mundo para preservar e reforçar a arquitetura mundial de não proliferação nuclear e de desarmamento, bem como o seu contributo essencial para a paz e a segurança internacionais", conclui o chefe da diplomacia europeia.
Fundada em 10 de agosto de 1956, a Nihon Hidankyo defende "a assinatura de um acordo internacional para a proibição total e a eliminação das armas nucleares", segundo a página da organização na Internet.