UE defende projetos de desenvolvimento centrados na juventude em Cabo Delgado

por Lusa

O embaixador da União Europeia em Moçambique defendeu hoje a importância de projetos de desenvolvimento centrados na juventude em Cabo Delgado, manifestando a intenção de continuar a apoiar as pessoas afetadas pela violência nesta província do Norte do país.

"Vamos continuar a trabalhar numa visão de desenvolvimento a longo prazo e os jovens vão estar lá no centro de toda assistência e políticas de apoio", declarou Antonio Sánchez-Benedito Gaspar.

O embaixador da União Europeia (UE) em Moçambique falava à Lusa, em Cabo Delgado, no final de um encontro que manteve com o administrador apostólico de Pemba, bispo António Juliasse, uma reunião em que debateram estratégias de cooperação para apoiar as populações afetadas pela violência armada na província.

Antonio Sánchez-Benedito Gaspar avançou que a UE tem em carteira projetos de promoção do diálogo inter-religioso para a manutenção da paz e reconciliação nas comunidades, apontando a igreja católica como um parceiro fundamental nesse processo.

"A igreja nesse sentido é sempre ator importante", frisou o embaixador.

O diplomata reiterou a disponibilidade da UE em continuar a apoiar o país face à violência armada em Cabo Delgado nos domínios da segurança e assistência humanitária, apontando, a título de exemplo, o anúncio hoje do arranque da ponte aérea humanitária da União Europeia para Pemba, com o envio de 15 toneladas de "equipamento que salva vidas" e que visa "responder a necessidades humanitárias urgentes".

"Os dois aviões são de equipamentos, material humanitário, `kits` de emergência para a população afetada pela crise humanitária", declarou Sánchez-Benedito Gaspar, acrescentando que a UE disponibilizou, só nos últimos dois anos, um total de 25 milhões de euros em ajuda humanitária.

Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo `jihadista` Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.800 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 732.000 deslocados, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

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