UE avalia colaboração com o Ruanda após envolvimento com rebeldes do M23

por Lusa

A União Europeia (UE) vai avaliar a sua cooperação com o Ruanda, considerando o apoio de Kigali ao Movimento 23 de março (M23), que ocupou Goma, no leste da República Democrática do Congo (RDCongo), foi hoje anunciado.

"É evidente que temos de analisar a nossa reação" à violência dos últimos dias no leste da RDCongo e ao apoio do Ruanda aos rebeldes, disse, na conferência de imprensa diária da Comissão Europeia, um porta-voz do Serviço de Ação Externa da UE.

"Temos de estudar e reavaliar a nossa parceria de segurança e cooperação com o Ruanda e de considerar outras medidas", referiu.

O envolvimento do Ruanda no Mecanismo de Apoio à Paz na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, custeado pela UE, poderá ser cancelado, tendo o ministro dos Negócios Estrangeiros belga, Bernard Quintin, levantado a questão na reunião com os seus homólogos dos 27 Estados-membros, esta semana.

A informação foi prestada pelo MNE da Bélgica, país que votou contra o mecanismo no Conselho da UE, num debate, na quinta-feira, no Parlamento federal belga, segundo a agênca de notícias francesa AFP.

O M23 ocupou províncias congolesas ricas em minerais, sendo que um dos acordos celebrados entre a UE e o Ruanda relativo à aquisição de matérias-primas estratégicas para a transição energética do bloco europeu.

O acordo, assinado em 19 de fevereiro, prevê, nomeadamente, que seja reforçada "a diligência devida e a rastreabilidade, a colaboração na luta contra o comércio ilícito de matérias-primas", sendo que Kinshasa acusa Kigali de pilhas os seus recursos naturais.

Desde 1998, o leste da RDCongo, país que foi uma colónia belga, está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da Missão de Estabilização das Nações Unidas na República Democrática do Congo (Monusco).

A RDCongo tem fronteiras com Angola.

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