UE assina acordo com nações asiáticas para mais cooperação em desastres

por Lusa

A União Europeia assinou hoje, em Jacarta, um acordo para reforçar a cooperação em desastres com a agência humanitária da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e outros países da região.

"O mundo de hoje está cheio de desafios, incluindo o impacto crescente das alterações climáticas", afirmou o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, na cerimónia de assinatura, citando "tufões mais fortes do que nunca, inundações e avalanches, e incêndios que se propagam e se tornam mais intensos".

O acordo inclui o intercâmbio de conhecimentos e de boas práticas entre a ASEAN e a UE, o destacamento e o intercâmbio de peritos e o desenvolvimento de programas de formação, declarou a Comissão Europeia em 15 de outubro, depois de anunciar um novo pacote de ajuda humanitária de 21,5 milhões de euros para a região da Ásia-Pacífico.

O apoio total da UE vai ascender a quase 95 milhões de euros até 2024, especialmente para projetos em quatro países e para as pessoas afetadas pelo tufão Yagi, o mais forte a atingir a Ásia este ano.

Centenas de pessoas morreram e milhões foram afetadas pelos efeitos do Yagi no continente asiático em setembro passado, com o maior número de vítimas no Vietname e em Myanmar, tendo o Laos, a Tailândia, as Filipinas e a China, incluindo Macau, sido também afetados, embora em menor escala.

Bruxelas anunciou ainda que está a ser criada uma nova ponte aérea humanitária da UE para transportar bens essenciais para as vítimas do Yagi, estando prevista a chegada de um voo ao Laos nos próximos dias.

O acordo de gestão de catástrofes foi assinado pela direção-geral da Proteção Civil e das Operações de Ajuda Humanitária Europeias e o centro de coordenação da ASEAN para a Assistência Humanitária.

Em 2023, a Ásia continuou a ser a região do mundo mais afetada por catástrofes relacionadas com o clima, a grande maioria das quais relacionadas com inundações e tempestades, que causaram cerca de dois mil mortos e nove milhões de afetados diretos, disse a Organização Meteorológica Mundial (OMM) da ONU.

A organização alertou, em abril passado, para o crescente perigo que representa para a Ásia o aumento da frequência e da temperatura das ondas de calor extremas, associadas à crise climática.

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